Um ser humano fantástico, Eduardo Galeano, como pensador e como agitador de consciências, uma das raras vozes lúcidas da América Latina e da sociedade em que vivemos, com um discurso simples e incisivo, sempre com a palavra certa e justa no momento adequado. Mas não deixo de ter as minhas dúvidas e de sentir alguma inquietação face ao que está a acontecer. Afinal, depois de pôr quase trezentas mil pessoas nas ruas, a geração à rasca não conseguiu reunir mais de 70 para debater propostas no forum Picoas. E é cansativo, isto de ver as montanhas parir ratos... O caso é que a esquerda portuguesa tem medo do que desconhece, e dessa nova esquerda irreverente e desconhecida, com propostas que por muito irrealistas que possam parecer se baseiam em conceitos simples de redistribuição de riqueza e de justiça social. E por sua vez esta nova esquerda criativa e irreverente tem uma desconfiança cínica dos que dentro do sistema se batem, mal ou bem, pelos mesmos ideais. A nova esquerda, que se vê a si mesma não como apolítica, mas que rejeita toda a classe política com o discutível argumento de que não nos representam, corre assim o risco de se transformar na principal causa do fracasso da esquerda institucional.
2 comentários:
Um ser humano fantástico, Eduardo Galeano, como pensador e como agitador de consciências, uma das raras vozes lúcidas da América Latina e da sociedade em que vivemos, com um discurso simples e incisivo, sempre com a palavra certa e justa no momento adequado.
Mas não deixo de ter as minhas dúvidas e de sentir alguma inquietação face ao que está a acontecer.
Afinal, depois de pôr quase trezentas mil pessoas nas ruas, a geração à rasca não conseguiu reunir mais de 70 para debater propostas no forum Picoas.
E é cansativo, isto de ver as montanhas parir ratos... O caso é que a esquerda portuguesa tem medo do que desconhece, e dessa nova esquerda irreverente e desconhecida, com propostas que por muito irrealistas que possam parecer se baseiam em conceitos simples de redistribuição de riqueza e de justiça social. E por sua vez esta nova esquerda criativa e irreverente tem uma desconfiança cínica dos que dentro do sistema se batem, mal ou bem, pelos mesmos ideais. A nova esquerda, que se vê a si mesma não como apolítica, mas que rejeita toda a classe política com o discutível argumento de que não nos representam, corre assim o risco de se transformar na principal causa do fracasso da esquerda institucional.
Salário mínimo de 750 euros, JÁ!
Perfeitamente de acordo com o comentário anterior!
Enviar um comentário