sábado, 21 de março de 2015

Grécia: A Última Esperança?

grecia3A Grécia é talvez a última oportunidade para a dita Civilização Ocidental resolver a situação económica em que se encontra dentro de uma alternativa democrática.

A luta de classes existe e negá-lo é cavar um fosso do qual será impossível sair.

A Grécia é a oportunidade daqueles que dizem que é preciso encontrar um novo caminho, mas que nada têm feito para abrir portas que nos permitam respirar esperança.

Manter a Grécia isolada, ignorar as possíveis alternativas que os dirigentes gregos têm vindo a propor, sem lhes dar o benefício da dúvida, é o perigo maior para a Humanidade e, sobretudo, para a tão apregoada Civilização Ocidental.

Encarar a solução deste problema de forma conjuntural é prolongar a agonia do sistema e, se o sistema não compreende esta situação e não tenta encontrar soluções fora de si próprio, cavará a sua própria sepultura.

Não estou a defender que a Grécia, e os gregos, tenham a solução, mas sim que merecem ser olhados com respeito e despidos de preconceitos ideológicos, disso tenho a certeza.

O problema grego, não é exclusivo dos gregos, mas de todos nós, por isso as soluções têm de ser encontradas procurando alternativas viáveis e globais, nunca assobiando para o lado ou, mais grave ainda, combatendo as tentativas de soluções apresentadas pelos gregos e não só.

Se a Grécia falhar, falhamos todos nós, e se contribuirmos activamente para o falhanço da Grécia, então estaremos a abrir as portas para que os sem esperança usem a revolta e a demagogia como arma, abrindo portas para um conflito mundial de consequências devastadoras para a Humanidade.

Ninguém parece querer sair da sua zona de conforto e, ignorando a realidade, estamos a condenar o nosso futuro a um beco sem saída, e os becos sem saída conduzem a alternativas desesperadas.

A III Guerra Mundial já está em marcha, mas ninguém parece querer ver, como não quiseram ver nos anos 30 do século passado, que a II Guerra Mundial vinha a caminho.

quinta-feira, 19 de março de 2015

A gestão Feudo-vassálica das nossas Escolas

vassalagemTirando honrosas excepções a gestão das nossas escolas é do tipo feudo-vassálica.

No topo da hierarquia, o suserano dos suseranos, está o PM, isto é, o Coelho, ao qual todos devem obdiência e a quem todos prestam vassalagem.

Aos bem comportados o PM distribuirá um feudo. Um dos seus mais fieis vassalos, cRato, recebeu o feuda da educação, o qual se encarregará de distruibuir as suas benesses pela sua fiel nobreza de toga, isto é, uma escola para este, um agrupamento para aquele.

O feudo é gerido pelo suserano/vassalo, o director. No entanto este suserano delega algumas competências de carácter prático nos seu vassalos directos: equipa da direcção, conselho geral e chefias intermédias.

No terceiro nível temos a nobreza e o clero, os professores do quadro, grupo diversificado e com interesses muitas vezes díspares, mas que se vão acomodando ao sistema, senão o sistema pode deixar de funcionar e, assim, estes vassalos arriscam-se a perder algumas das suas regalias.

Claro que nem todos os professores, vassalos de terceiro nível, pertencem à classe dominante e privilegiada, nobreza ou clero, muitos deles, cada vez mais, sujeitos a contratos mais ou menos absurdos ao longo de vários anos, são meros burgueses e até, em muitos casos, simples plebeus.

Desta forma, o feudo, a escola, vai funcionando, discute-se o sexo dos anjos, perdem-se horas a construir o formulário de um qualquer documento relativo à melhoria do aproveitamento dos alunos, enquanto estes correm nos pátios do castelo, ou mosteiro, em chinfrineira carnavalesca, porque os resultados, esses lá acabarão por aparecer.

Alguns, talvez mais irrequietos, ou provavelmente mais inconsequentes, já entraram em período renascentista, mas as suas críticas, o espírito crítico, é de imediato entendido pelos restantes vassalos como maldicência, que anima a escola, o feudo, e até dá algum colorido.

No fim, felizes, todos dormem sossegados com a consciência do dever cumprido e, no próximo ano, o Sol continuará a brilhar sobre os seus magníficos feudos, pelo menos nos dias em que não chova.

domingo, 8 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher

dm2O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.

O Dia Internacional das Mulheres e a data de 8 de março são normalmente associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemoração. O primeiro deles seria uma manifestação das operárias do setor têxtil novaiorquino ocorrida em 8 de março de 1857 (segundo outras versões em 1908). O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica têxtil ocorrido na mesma data e na mesma cidade. Não existe consenso entre a historiografia para esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que gerou mitos sobre esses acontecimentos.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.

Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender relembrar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.

Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.

quinta-feira, 5 de março de 2015

EU TENHO VERGONHA DO MEU PAÍS!

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo a falta de carácter e de verticalidade dos políticos do chamado arco do poder.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo, e ouço, os milhares e milhares que sofrem em silêncio.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo que ainda são os velhos que levantam a voz contra os ladrões.

Eu tenho vergonha do meu país, quando centenas de pessoas foram incentivadas a aplicar as poupanças da suas vidas em investimentos que os levaram à ruína.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo que o próprio Presidente da República incentivou portugueses a investir no BES elogiando a sua gestão e idoneidade financeira.

Eu tenho vergonha do meu país, quando o BPN e os malfeitores que o governaram levaram o país à ruína e continuam a viver à tripa forra.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo os políticos que deviam estar nas primeiras filas nas ruas, se entretêm com jogos políticos sobre o poder.

Eu tenho vergonha do meus país, quando vejo que cada vez há mais ricos à custa de mais pobres.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo a falta de capacidade crítica dos Portugueses e a sua vontade de viverem da ilusão. Cada qual olhando para o seu umbigo em vez de olhar para o mundo sem se sentirem repugnados.

Eu tenho vergonha do meu país, quando vejo milhões que, no seu egoísmo, olham para o lado para não sentirem vergonha porque são cobardes.

EU TENHO VERGONHA DO MEU PAÍS!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CONTRA O PIOLHO SUGADOR DO SANGUE DOS POBRES…

Um artigo de Camilo Mortagua


Siry-tox já. (um novo pó contra o piolho)

A “Cavalaria da Troya”, a moderna, sem desprimor para a antiga, anda ESPANTADA!
De repente, sentiram a necessidade de tocar a reunir, e partiram para o combate, com as armas e métodos de sempre. Os seus amplificadores sociais de voz e opinião e a repetição exaustiva da mentira, dizendo-nos - é bom empobrecer!

Como é sabido, é nos ambientes mais pobres, que proliferam muito mais facilmente os piolhos e outras pragas de parasitas sugadores do sangue dos povos.
Sempre bem infiltrados por entre as dobras e costuras dos FORROS mais íntimos dos poderes das sociedades.

Em cada País existe um corpo de velhos e novos combatentes pelo poder dos ”PIOLHOS” pelo poder de chupar o sangue do próximo, o poder dado pela concentração do capital, verdadeiro ácido corrosivo da convivência da Humanidade “cavaleiros de Troya”, (de “troya” porque disfarçados de amigos, e infiltrados ao serviço de patrões inconfessos) como os piolhos, alimentam-se da miséria, penetram em todos os interstícios das sociedades, escondem-se da luz, da claridade transparente, e atacam a coberto da escuridão e do anonimato.

Corruptos, corruptores, especuladores de todas as naturezas, aspirantes a deuses subjugadores de homens, obesos de ambições, sem escrúpulos, exímios manipuladores de enganos, tudo, menos cidadãos duma qualquer sociedade honrada, roubam e matam sem castigo. Quase sempre, “a bem da nação ou do povo”-

A SAFRA de gente desta, nestas últimas décadas, tem sido farta e bem disseminada por esta Europa.
Finalmente, nestes jardins do Sul Europeu à Beira-Mar plantados, alguém se deu conta de estarmos gravemente infestados, tanto ou tão pouco, que tomamos finalmente consciência de serem eles, os que têm estado e estão desgovernando as nossas vidas, que, em benefício próprio, roubam pela calada da noite as “nossas flores”, os “cravos e rosas” da nossa alegria de viver.

E nós…todos nós, ou quase todos, gregos ou não, a deixar-nos enganar com a mesma cantiga de sempre! Dizem-nos... votem em nós porque somos da vossa cor e desta vez é que vai ser…e, uma vez atrás da outra, só nos saem PIOLHOS! Bem-falantes, bem vestidos, mas… PIOLHOS:
Fingem perder as suas batalhas, quando, por vezes, os de outra cor levam a melhor, mas, na verdade nada temem porque fica tudo entre piolhos.

Desta vez, parece que alguém conseguiu um pó contra piolhos, os seus… e os dos outros, e aí… assustaram-se. Ai Jesus que isso não era sério, não era responsável, que não se deve usar O SIRY-TOX porque isso é contra a Europa, é contra o Progresso, é contra a democracia, é O perigo da banca rota, é o caos, é o fim do mundo! MENTIRA! MENTIRA! MENTIRA!

O SYRY-TOX, SÓ AMEAÇA OS PIOLHOS,SUGADORES DO SANGUE DOS POVOS, INDIVIDUALMENTE, OU ORGANIZADOS em partidos de piolhos. Os verdadeiros e únicos inimigos do SIRIZA, são os piolhos: da sociedade grega, da Europa e do Mundo, que nos têm desgovernado.

Camilo Tavares Mortágua, Alvito, Fev. 2015

sábado, 7 de dezembro de 2013

MADIBA


A GRANDE RESSACA


Desde que a propriedade privada foi inventada que a Humanidade tem sido obrigada a aceitar como inevitável o poder.

Desde os primórdios que os senhores do poder, sejam eles poder político ou económico, ou melhor, chamando os bois pelos nomes, os traficantes, têm dado doses cada vez mais eficazes de droga, capaz de criar ilusões de bem-estar, controlando assim uma multidão de massa amorfa e acrítica, que lhes tem permitido perpetuarem-se no poder.

A eficácia das drogas que os grandes traficantes têm introduzido na Humanidade aumentou ao longo do século XX. Agora, em pleno século XXI, estamos a viver a grande ressaca mas, como qualquer drogado, em vez de combatermos os traficantes, aceitamos qualquer droga, por mais marada que seja, e por mais insignificante que seja o traficante, porque nos recusamos a ver a realidade e não conseguimos deixar de viver a ilusão que nos criaram.

O pior cego é aquele que não quer ver. O pior cidadão é aquele que se recusa a agir.

O século XXI só poderá ser o século da viragem, o século dos que, finalmente, tomando consciência da sua própria manipulação, se revoltarão contra os traficantes.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ANDANÇAS PARA A LIBERDADE (II Volume)

Camilo Mortágua

“Andava no Brasil despreocupado e, muitas vezes, até esquecido das razões porque por lá andava, julgando-me demasiado insignificante para que perdessem tempo comigo.

Por pensar que a História não se repete, mas os homens sim; por constatar que os Homens de poder têm uma trágica tendência para recorrer a desumanas práticas repressivas sobre os seus governados, sempre que (com razão ou sem ela) sentem ameaçados os seus poderes; não estou convencido da impossibilidade do Povo Português voltar a perder a sua Liberdade e da sua juventude voltar a ter necessidade de lutar por essa Liberdade roubada.

Esta é uma das razões para escrever estas “andanças”. Para que, por pouco que seja, através delas, as juventudes do meu país, se tal voltar a acontecer, estejam melhor preparados do que eu e os meus companheiros estivemos.”

CAMILO MORTÁGUA, “Andanças para a Liberdade”, volume II (1961-1974)

 

Andanças para a Liberdade - II Volume

sábado, 19 de outubro de 2013

A SANGUESSUGA DO PODER

A SANGUESSUGA DO PODER
























O COMBATE CONTRA O DUO PESADELO E O PODER DA SANGUESSUGA, numa rua (ou ponte) perto de si.

Sinopse:
O Sócrates (Deadsoc) à beira do Duo Pesadelo (Nightmare Duo) não passa de um menino do coro, quanto ao Seguro (Safejoker), é demasiado inseguro para combater esta dupla.

Hoje, 19 de Outubro, podemos e devemos tomar nas nossas mãos aquilo que mais ninguém pode fazer por nós.

Quem tiver medo da chuva e não for manifestar-se então que fique em casa no sofá e dê ordem para descontar 50% do seu salário para que o governo possa dar aumentos de 65% aos administradores das PPP.

domingo, 13 de outubro de 2013

QUANDO OS LOBOS UIVAM

"Quando os Lobos Uivam", livro de Mestre Aquilino Ribeiro traz-me à memória a minha infância.

Quando, pela mão da minha mãe, ia à Feira do Livro do Porto, ao passar pelas bancas perguntava ela: "Tem o livro 'Quando os Lobos Uivam' de Aquilino Ribeiro?".

A resposta era, invariavelmente, a mesma: "Não, minha senhora, esse livro está retirado do mercado".

Perguntava eu: "Mas mãe, se sabe que o livro não está à venda, porque pergunta?"

Ao que ela me respondia: "Para saberem que há sempre gente que resiste à ditadura.". A minha mãe foi a minha escola de resistência.

Obrigado Mestre Aquilino!

OBRIGADO MÃE!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

HASTA SIEMPRE COMANDANTE!

A 9 de Outubro de 1967, o político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano, Ernesto Che Guevara (Rosário, 14 de Junho de 1928 — La Higuera, 9 de Outubro de 1967), símbolo da rebeldia, da luta contra a injustiça social e do espírito incorruptível, é assassinado pelo exército boliviano em colaboração com a CIA.

“Guerilheiro Heróico” – Foto de Ernesto Che Guevara
da autoria do fotógrafo cubano Alberto Korda (1928-2001)

LIBERDADE OU MORTE!
HASTA SIEMPRE COMANDANTE!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

NÃO DESISTO!

Sei que as eleições autárquicas têm um cariz especial, algumas vezes as pessoas contam mais do que a demagogia dos partidos políticos, por isso esperava uma forte penalização dos partidos que estão no poder, mas também dos que lá têm estado, pois não estando agora de forma directa o fazem de forma camuflada, com jogos de poder e alianças mais ou menos encapotadas.

Sou ingénuo, a democracia está armadilhada, mas não é por isso que vou desistir e se for necessário armadilhar esta farsa manipuladora, contem comigo.

Apesar de tudo há gente que resiste, mas não sabe ainda para onde orientar a sua resistência, como a organizar...

É certo que os partidos da situação, os que estão no poder e os que estão à espreita, foram de uma forma mais ou menos evidente penalizados e, por isso, não podem vir mais uma vez mascarar os resultados eleitorais e muito menos cantar vitória, mas esperava mais, muito mais destas eleições.

Não estou desiludido, desiludido fiquei aos 20 anos quando percebi o quão mesquinho e ausente de valores, e até de ética, É o mundo da política politiqueira, mas esperava mais.

Uma coisa é certa: EU NÃO DESISTO!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

OS CULPADOS


Estes são alguns dos principais culpados da situação de crise que se vive em Portugal e também no Mundo.

Estes e o poder económico e financeiro que arrasam o Estado Social, que dividem os Povos com a especulação dos ditos, e "anónimos" mercados, na ânsia da obtenção do lucro, usando palavras mansas e chantageando com a "inevitabilidade" das medidas que preconizam e defendem.

Este e alguns países, como os EUA, a Alemanha, a China, a Rússia e a União Europeia, com a sua política neoliberal, anti-social e expansionista, seguidos de perto por alguns dos seus lacaios que se colocam em bicos de pés na ilusão efémera de obterem uma parte do saque.

Em Portugal estamos a viver um período eleitoral. Não importa que estas eleições sejam autárquicas, legislativas ou para a Presidência da República. Sabemos quem são os culpados da situação a que chegamos e temos a obrigação de os penalizar.

É falta de carácter e coragem criticar quem nos tem "governado" e, quando chega a hora de tomarmos decisões, ir votar naqueles que criticamos, mesmo que as caras sejam outras, mas as políticas não o são.

Votar nos representantes dos mesmos partidos que nos arrastaram para esta situação, abster-se ou votar nulo ou branco, é entregar o ouro ao bandido. Quem o faz deve abster-se de criticar e aceitar docilmente a política que lhes é imposta.

QUEM NÃO QUER SER CORDEIRO, NÃO LHE VESTE A PELE.

Existem alternativas dentro deste sistema, só precisam que lhes dêem a possibilidade de se afirmar, de mostrar que são diferentes e, se não o forem, deverão ser também impiedosamente penalizados. Existem alternativas quer no sistema actual, quer na cidadania, por isto está na hora de sairmos da nossa zona de conforto e dizer: BASTA!

Quem o não fizer será cúmplice desta política e carrasco das legítimas aspirações dos Povos a alcançar uma vida mais justa e solidária.

Como cidadão português e do mundo estou convicto que, mesmo dentro deste sistema, existem alternativas, todas à esquerda, na esquerda real, não naquela que se diz esquerda e, quando no poder, se comporta como se direita se tratasse, subjugada pelos grandes interesses económico-financeiros e pessoais.

Acredito que, na minha óptica, a alternativa a um poder corrupto e desgastado está no Bloco de Esquerda, mas também noutras forças políticas de esquerda, da verdadeira esquerda, mas sobretudo numa forma participativa de viver a democracia, por isso nas próximas eleições irei votar BE.

O MAIS IMPORTANTE É QUE NO PRÓXIMO DIA 29 DE SETEMBRO OS PORTUGUESES VOTEM CONTRA OS PARTIDOS DO CHAMADO ARCO DO PODER, POIS FORAM ESSES QUE NOS ARRASTARAM PARA ESTA SITUAÇÃO DE CRISE QUE VIVEMOS ACTUALMENTE.

NÃO À ABSTENÇÃO, NEM AOS VOTOS EM BRANCO OU NULOS!

Virar à Esquerda


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

LIBERDADE


Quando uma relação não nos liberta, libertemos a relação.
Livre da culpa, livre da angústia, livre da incompreensão.
Enfim LIVRES!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MEMORIAL PALMA INÁCIO

EM MEMÓRIA DA ESPECTACULAR FUGA DE PALMA INÁCIO
(Porto, 7 para 8 de Maio de 1969)


PIDE OFERECE 50 MIL ESCUDOS POR INFORMAÇÃO DO SEU PARADEIRO


No Plenário do Porto:

Nove acusados de pertencerem à organização L.U.A.R. (Liga de União e de Acção Revolucionária), presos em Agosto do ano findo, quando entravam clandestinamente pela fronteira do Nordeste transmontano, acabaram de ser julgados no Plenário do Porto.

(…)

Faltou o réu principal, Hermínio da Palma Inácio, de 47 anos, industrial de reparação de aviões, residente em Paris, que, como se sabe já, se evadiu das prisões da Polícia Internacional e de Defesa do Estado. 

Diário de Lisboa, 8/5/1969




Dando voz ao desejo, tantas vezes expresso dos amigos e admiradores de Hermínio da Palma Inácio, um grupo de antigos companheiros resolveu avançar com o projecto de edificação dum monumento comemorativo da sua fuga, no Largo Soares dos Reis, no Porto.

O projecto, cuja fotomontagem pode ser vista acima deste texto, já foi aprovado pela Câmara Municipal do Porto e é da autoria do escultor Joaquim Álvares de Sousa.

Nos tempos que correm, homenagear e relembrar a coragem de PALMA INÁCIO é um pequeno nada nas nossas vidas, que pode ser uma muito grande ajuda para o nosso ânimo colectivo.

Para poder levar a bom termo este propósito, teremos de juntar, até finais de Março, uma quantia próxima dos quinze mil euros e necessitamos da contribuição de todos.

Graças à solidariedade sempre manifestada por todos quantos se sentiram orgulhosos do seu exemplo e agradecidos pelo seu combate pela nossa libertação, confiamos no sucesso desta iniciativa. E, como há verbas que têm de ser disponibilizadas de imediato, apelamos a que nos façam chegar o mais rápido possível a vossa contribuição.

Assim:

1. Para o efeito, existe uma conta com o nº 0214025424200, aberta na Caixa Geral de Depósitos, NIB 003502140002542420072, IBAN PT50003502140002542420072 e BIC CGDIPTPL, que servirá exclusivamente para este fim e de cujo movimento será dado conhecimento detalhado, à medida que as contribuições forem chegando, a todos os que contribuam e o desejem.

2. Agradecemos que cada contribuição/transferência seja confirmada para este e-mail: memorial.palma.inacio@gmail.com

3. A contribuição pode ser feita em fracções, cujos prazos de entrega deverão ser inicialmente programados por um prazo que não deve ir além do fim de Março de 2013.

4. A inauguração do referido memorial está prevista para 8 de Maio de 2013. Certos da vossa resposta a este apelo, recebam as nossas saudações democráticas e sempre solidárias.

A Comissão Organizadora:
Armando Coelho (Comandante)
Camilo Tavares Mortágua
Maria Elisabete Neves
Mário Rietsch Monteiro

Para qualquer contacto:
Maria Elisabete Neves
e-mail: memorial.palma.inacio@gmail.com
Telemóvel: 911 082 328

Mais informações:
Memorial Palma Inácio no Facebook
Grupo Hermínio da Palma Inácio (Facebook)


AMIGO! NÃO DEIXE PARA AMANHÃ O SEU CONTRIBUTO!
E divulgue pelos seus contactos, por favor


CONTA DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS:

Nº da Conta – 0214025424200 NIB – 003502140002542420072
IBAN – PT50003502140002542420072 e BIC – CGDIPTLP (No estrangeiro)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

6 QUESTÕES SOBRE EDUCAÇÃO


A escola é o espelho da sociedade, mas não devia ser. A escola devia ser o motor capaz de mudar a sociedade, não uma simples peça da engrenagem.

Não acredito em maus professores, só porque os resultados escolares não são os desejados. Nenhum profissional da educação pretende o insucesso dos seus alunos, mas também nenhum deve promover um sucesso visível só porque sim.

É necessário que, em primeiro lugar, se dê as condições necessárias para que os docentes possam desenvolver as suas potencialidades com solidez. Não defendo que se deva estar à espera que todas as condições estejam criadas para depois as colocar em prática. Pensar desta forma contribui para um cruzar de braços que é pernicioso no que diz respeito ao sucesso escolar, da mesma forma que não passa de uma falácia cumprir integralmente um processo burocratizado e caduco, que não leva a lado nenhum e só serve para mascarar a realidade. Um e outro são as duas faces da mesma moeda, cujos resultados estão à vista. Para mudar o status quo é necessário ousar ser criativo para reverter a favor de um processo que todos pretendemos fiável, gratificante e com resultados efetivos, mesmo que os resultados não sejam imediatos, pois a ânsia dos resultados imediatos arrasta-nos para um poço sem fundo.

É um caminho cheio de obstáculos, algumas frustrações, mas que no fim trará os seus frutos, mesmo que se tenha de passar por um período de tempo em que os mesmos sejam manifestamente inferiores ao ideal, pois a frustração combate-se com a assimilação de medidas que, com os professores e não contra os professores, irão dar frutos palpáveis a médio prazo.

É preciso fazer uma travessia do deserto? Claro que sim, claro que é necessário ter coragem e ideias para fazer essa caminhada, mesmo com os meios que hoje estão ao alcance das escolas, desde que haja um interiorização deste processo por parte de todos nós.

A primeira questão é: O que fazer? Refletir ou agir?

Refletir sem agir é inconsequente e agir sem refletir é uma perda de tempo.

A reflexão é importante, pois só quando existe consciencialização do insucesso se pode compreender as suas causas e pensar em ações capazes de contrariar a tendência de maus resultados. Uma ação sem uma sólida reflexão arrasta inevitavelmente o problema para um beco sem saída, pois as medidas tomadas são avulsas e, portanto, o seu resultado depende do fator sorte.

Daqui se concluiu que uma sem a outra são insuficientes, por isso a uma reflexão deve seguir-se uma medida prática, que deve ser testada com rigor, a qual deverá ser reformulada se, e só se, ficar comprovado que não é a mais eficaz.

A segunda questão é: Tem a escola meios suficientes e capazes para colocar em prática medidas eficazes no combate ao insucesso escolar?

Na minha opinião tem os meios suficientes para abrir caminho numa fase de arranque, e alguns para a sua consolidação.

A terceira questão é: Porque não possui a escola todos os meios necessários?

Não os possui, porque a política educativa governamental privilegia o ensino privado em relação ao público e nega à escola pública as mesmas armas para obtenção do sucesso escolar com que beneficia a escola privada. Não se pretende com esta ideia adotar uma política de exclusão dos alunos, que não se enquadram no perfil do bom aluno ou do aluno sem dificuldades educativas. Neste caso as regras de admissão e exclusão devem ser iguais sem diferenciar a escola pública da privada, isto é, quanto a este problema é a escola pública que está no bom caminho, pois ao fazer essa distinção está a criar-se a ilusão de que as escolas privadas são melhores do que as públicas.

A quarta questão é: A escola e os professores devem cruzar os braços por lhes negarem todos os meios necessários para promover o sucesso escolar?

Claro que não, refugiar-se na falta de meios é desistir de exercer a sua profissão com rigor e dignidade, apesar de haver consciência de que não podemos usar todos os meios ao alcance da escola privada, existem alguns que podem ser implementados, não porque é lei e, portanto é uma obrigação, mas porque urge usá-los com critério e rigor, como forma de promover a motivação dos professores para a sua profissão, a qual tem sofrido um desgaste enorme nos últimos anos, por causa das políticas educativas que têm sido colocadas em prática e que promovem um caminho persecutório ao professor por parte da sociedade, o qual, muitas vezes, de forma consciente ou inconsciente, direta ou subliminar, é apoiado e colocado em prática pelas direções das escolas e também, por muitos docentes que agem por medo (alguns dos mais novos), ou por já não acreditarem numa profissão que os motivou (os mais velhos).

A quinta questão é: Quais são os caminhos da educação?

Os quatro pilares do sucesso educativo são as direções das escolas, os professores, os encarregados de educação e os alunos. Da estrutura enunciada podemos concluir que a harmonia entre os três primeiros pilares é fundamental para alicerçar e desenvolver o quarto pilar, o qual é a razão dos anteriores existirem no processo de ensino-aprendizagem.

Torna-se evidente que uma escola excessivamente burocratizada não tem sucesso, a não ser que os resultados finais sejam mascarados, mas, quanto a mim, mascarar os resultados é crime, por isso esta questão, a de mascarar os resultados, fica imediatamente descartada.

Sabe-se as funções de cada um dos pilares deste sistema e, por isso, é fundamental criar as condições para que todos os pilares funcionem devidamente. As direções devem criar as condições de trabalho e diálogo para que os atores que estão no terreno se sintam motivados e com autonomia suficiente para colocar na prática as medidas necessárias para promover o sucesso. Para isso é essencial que o processo ensino-aprendizagem se centre na sala de aula cujas paredes são: a língua e a comunicação; a ciência; a cultura; a arte. Sendo que estas paredes devem ser devidamente alicerçadas numa prática pedagógica adequada e diferenciada, não condicionada por medidas economicistas, as quais desvirtuam os fundamentos da educação, no sentido de criar condições para a aquisição dos meios fundamentais à autonomia e criticismo dos cidadãos em formação. Quero com isto dizer que a finalidade da educação não é formatar, no sentido de estandardizar, cidadãos, mas sim de criar os mecanismos e fornecer a informação necessária para que o cidadão em formação adquira a autonomia e conhecimentos necessários para, criticamente, escolher os seus caminhos, livres de preconceitos que condicionem o desenvolvimento humano.

A sexta questão é: Quais são os meios de que a escola pública dispõe para concretizar um efetivo sucesso dos alunos?

Em primeiro lugar as direções precisam de promover a motivação dos professores sem procurar resultados imediatos, isto é no final de apenas um ano letivo. Entende-se por motivação dos professores dar-lhes condições para que, na sala de aula, possam concretizar, com competência e qualidade o seu trabalho. Neste campo é necessário ser determinado e eficaz no que diz respeito à disciplina na sala de aula e na escola. Existem os mecanismos necessários para concretizar estas medidas, os quais estão no Regulamento Interno das Escolas, os quais podem ser alterados e melhorados autonomamente por cada escola.

Este entendimento envolve, como não podia deixar de ser, todos os pilares da educação e não apenas os docentes.

Centrar toda a atividade letiva fundamentalmente no conselho de turma e não nos departamentos e grupos disciplinares, os quais deviam refletir e agir de acordo com o que se passa nos conselhos de turma e não o contrário. Os departamentos e grupos disciplinares são importantes, mas para aglutinar experiências e as desenvolver, porque o verdadeiro motor do processo é o conselho de turma.

Todo o processo pode ser, deve ser, implementado na confiança que as direções das escolas depositam no seu corpo docente, numa atitude de diálogo franco e de busca de soluções, sem agitação de bandeiras de metas, muitas vezes fictícias, impondo aquilo que é uma simples orientação.

Para qualquer professor a meta de sucesso dos seus alunos é de 100%, por isso não é por estarem estabelecidas, ou institucionalizadas metas de sucesso, que ele vai acontecer. Nenhum professor trabalha de maneira e com empenho diferente, quer a meta de sucesso seja de 50 ou de 100%, mas todos, quando devidamente motivados, procuram aferir constantemente os itens em falha, numa tentativa de corrigir aquilo que ele pode corrigir.

Um professor não trabalha à peça ou com peças, mas sim com seres humanos (direção, encarregados de educação e alunos), os quais não controla, nem deve controlar, por isso a solução do sucesso passa, inevitavelmente pelo empenho de todos.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Memorial Palma Inácio

Maqueta do Memorial Palma Inácio
da autoria do escultor portuense
Joaquim Álvares de Sousa


PROJECTO MEMORIAL PALMA INÁCIO

Comissão Operacional Promotora:

Armando Coelho (Comandante)
Camilo Mortágua
Maria Elisabete Neves
Mario Rietsch Monteiro

Autoria: escultor Joaquim Álvares de Sousa
Localização: Largo Soares dos Reis (Porto)
Inauguração: Prevista para 2013

Farão ainda parte da Comissão de Honra alguns companheiros ligados ao Palma e à fundação da LUAR, os quais serão brevemente contactados e pedida a autorização de divulgação dos seus nomes.

Neste momento o maior desafio à concretização deste projecto concentra-se na recolha de fundos junto de antigos companheiros e amigos de Palma Inácio, estamos em crer que, até em época de crise, seremos capazes, com a ajuda de todos, de recolher os fundos necessários para a sua concretização.

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domingo, 9 de dezembro de 2012

UMA AULA DE HISTÓRIA?



Nas minhas aulas uso, com alguma frequência, o recurso à metáfora e, para tal, utilizo a sala de aula, objetos vários e os próprios alunos.

Interrogo-me muitas vezes de qual seria o resultado se, após terminar a aula, pedisse aos meus alunos que me fizessem um breve resumo sobre a matéria leccionada. Por minha culpa, não por culpa dos alunos, imagino que esse resumo seria algo de estranho e absurdo.

Assim, no final de uma aula sobre a I Guerra Mundial, acho que o resumo dos alunos seria algo deste género:

Bem professor, partindo do princípio que a Europa é a fila do meio, aquela em que a Eugénia está à frente; a América a da esquerda, dominada pela Amélia; a África a da direita, onde se destaca a Alfredina. A França é a Francisca, a Inglaterra a Isabel, os EUA o Américo, a Rússia a Rute, a Alemanha o Almeida, a Áustria-Hungria a Augusta e a Itália a Irene, então a aula foi assim:

A Francisca, a Isabel e o Almeida, suspiravam por fazer da Alfredina o seu quintal e então foram para lá e retalharam tudo quanto podiam, no entanto outros também queriam um pouco dos terrenos da bela e sensual Alfredina. Como ninguém se entendia, resolveram fazer uma conferência internacional na pastelaria Berlim, ali para os lados do Almeida, onde todos se reuniram, incluindo o Paulo (Portugal) e a Belmira (Bélgica), além de outros. Aqui acordaram com que pedacinho de terra ia ficar cada um, não se importando minimamente com o que aconteceria aos milhões de seres que viviam na Alfredina.

Durante anos andaram a sorrir uns para os outros, mas nas costas fabricavam cada vez mais fisgas, setas, pistolas, barcos, etc. Na Eugénia vivia-se um clima de ódio latente, cada dirigente queria ter mais força do que o vizinho, queria mais fábricas e mais matérias-primas, assim como mais gente para comprar o que faziam.

Um dia, em 1914, o barão Francisco Fernando, que tinha sido prometido em casamento à Augusta, foi visitar o Sérgio (Sérvia), onde apanhou com um balázio e foi desta para melhor, tendo o casamento sido anulado.

Triste e zangada a Augusta declarou guerra ao Sérgio, logo a amiga e amante do Sérgio, a Rute, declarou guerra à Augusta.

 Desataram todos à trolha. Os amigos juntaram-se e declararam guerra aos amigos dos outros. Iniciou-se a grande barafunda. Todos pensaram que seria uma questão de dias e tudo ficaria resolvido rapidamente. A verdade é que a quantidade de fisgas, pistolas, setas e outros utensílios de destruição era tão grande, de parte a parte, que rapidamente se entrou num impasse, por outro lado os generais de ambos os lados eram velhos e não tinham percebido que com o material bélico de que dispunham, não poderiam continuar a combater como faziam no século passado (século XIX). 

O resultado foi que tiveram necessidade de construir largos milhares de buracos ao longo das respectivas fronteiras e os soldados passaram a viver e a combater nesses buracos. Durante três anos, os homens combateram como ratos, enquanto os generais faziam experiências, tal como os cientistas fazem com as cobaias nos laboratórios.

Nas trincheiras os soldados viviam aos milhares, nas povoações próximas da frente de batalha as populações civis também. A I Guerra Mundial foi a primeira em que o número de mortos civis foi superior à de soldados.

Em 1917 a Rute contraiu uma forte dor de barriga e teve e abandonar a guerra para cuidar da sua própria saúde. No Atlântico, os cargueiros que o Américo enviava para a Isabel e para a Francisca eram afundados pelos submarinos do Almeida. Um dia um paquete que realizava uma viagem entre as terras do Américo e da Eugénia foi afundado por um submarino do Almeida. Indignado o presidente Américo declarou guerra ao Almeida. Demorou cerca de um ano a colocar as suas tropas na Eugénia, mas quando cá chegaram, bem armadas e treinadas, colocaram um rápido fim à guerra.

O Almeida, triste, teve de assumir todos os estragos provocados pela guerra e pagar a todos os vencedores pesadas indemnizações.

A guerra acabou, mas a semente de uma nova guerra foi lançada à terra em Versalhes.

domingo, 2 de dezembro de 2012

METRALHAS E MADAME MIM

Em tempos houve uma tal Maga Patalógica (Ferreira Leite) que afirmou que este país só podia ser governável se se suspendesse a democracia pelo menos por seis meses. Estupefactos, os portugueses não quiseram acreditar. Daí para cá a Maga Patalógica tem andado um pouco acabrunhada, mas de vez em quando lá aparece a dar soluções, como se fosse uma virgem impoluta.

Entretanto o Mancha Negra (os mercados) descobriram uns bandiditos de meia tigela,os Irmãos Metralha (Passos, Portas e Gaspar - não sei muito bem se a ordem é esta, ou outra qualquer).

No meio desta barafunda que é Patopólis, os Tios Patinhas e os Patacôncios proliferam e aumentam ainda mais os seus chorudos lucros, à custa dos Patos Donald cá da praça que andam a leste de tudo, dos Gastões que acreditam na sorte, dos Peninhas que só andam a curtir, dos Coronéis Cintra que protegem os Metralhas, dos Gansolinos que só pensam em dormir e continuam à espera que as coisas venham ter com eles sem esforço. Temos ainda os Joões Bafo de Onça, que se fazem amigos dos Metralhas, mas roubam em proveito próprio.

Para além destes, existe o resto da bicharada, que já não sabem qual é a sua história, mas que também não acreditam nesta. Andam meio perdidos.

Mas pelo meio temos os que nada fazem, além de fazerem número: as Margaridas, as Clarabelas, os Horácios, os Patetas, os Zés Carioca, etc.

Por cima disto tudo está quem verdadeiramente mexe os cordelinhos a partir do seu castelo altaneiro, lá para as margens do Reno: a Madame Mim (Angela Merkel).

OS IRMÃOS METRALHA-OS


sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Sedução das Marionetas


Num dos recentes programas da "Quadratura do Círculo", António Costa afirmou:

“A situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só naspescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir. E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia. Portanto não é aceitável agora dizer… podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar!”

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Eu e muitos outros andamos a dizer o mesmo há décadas, mas é preciso ser o Sr. António Costa, que participou no regabofe, vir dizê-lo para que se comece a dar crédito ao que toda a gente sabe.

Este regabofe é de todos, desde os governos de Mário Soares, potenciado e explorado pelos de Cavaco Silva e continuado pelas treinadas juventudes carreiristas e partidárias que entretanto foram chegando ao poder, das quais os exemplos mais recentes são Sócrates e Passos Coelho, mas que já têm um sucessor na calha: António José Seguro.

Não devemos esquecer que os que estiveram antes deram um empurrãozito, ninguém tem o conta-quilómetros a zero. Admiro a coragem do António Costa nesta denúncia, mas não deixo de admirá-la de forma crítica. Todos sabem que o que disse António Costa é verdade, mas todos fecharam os olhos ou assobiaram para o lado, incluindo o próprio António Costa, pois a conjuntura não era favorável... E, para mim, isto sendo útil, também é falta de carácter.

Verdade é que temos sido governados por um partido que se mascara de dois para criar a ilusão de que há diferenças, quando na realidade é o obscuro que manipula os cordelinhos dos pseudo dois lobos com pele de cordeiro.

30 de Novembro de 2012
 
A SEDUÇÃO DAS MARIONETAS
Um dia prometeram-nos leite e mel.
O nosso país, e outros, em termos de desenvolvimento económico, viviam a anos-luz das três grandes potências da Europa: a Alemanha, a França e a Inglaterra. A Inglaterra, isolada na sua ilha, não deixou de estar atenta, mas não embarcou de imediato nesta proposta, tinha a Commonwealth.

Mas o crescimento económico não dura sempre, por isso aqueles países inventaram um modelo. Um modelo de desenvolvimento, de partilha e solidariedade, diziam. Tornaram-no atractivo: olhem para nós,
para o nosso desenvolvimento, para a nossa riqueza, nós queremos que vocês sejam como nós.

Criaram a CECA e depois a CEE, mais tarde a UE. Primeiro foi permitido que aderissem os parceiros mais próximos, aqueles que não exigiam investimento, mas que se mostraram igualmente "solidários" com esta ideia. Havia que alargar o grupo, dar-lhe homogeneidade, para assim convencer melhor os outros, aqueles que realmente interessavam. O trabalho é lento, mas profícuo.

Em cada um dos restantes países europeus, os ricos tinham os seus emissários, os
seus bons alunos. Alguns desses emissários até percebiam perfeitamente o que estava para além da ponta do iceberg, mas sentiram-se seduzidos pela ideia. Era a forma de chegarem ao poder e, pelo menos no seu quintal, serem donos e senhores, controlarem as suas próprias marionetas, mesmo sabendo que não deixavam de ser marionetas de outros. A ideia seduziu-os.

Vieram as ajudas. Primeiros para os comissários políticos da Europa da fartura, os quais tiveram os meios necessários para criar nos outros a inevitabilidade da adesão à nova ordem económica, a tal que nos traria riqueza e desenvolvimento. A pouco e
pouco, os povos europeus foram aderindo à ideia: Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha, etc..

O dinheiro veio a rodos. Gastem, gastem, diziam, nós queremos que vocês fiquem rapidamente ao nosso nível, nós somos a Europa solidária, a Europa da fartura.

Os fundos chegaram. Construíram-se estradas, promoveram-se formações, aumentou-se o poder de compra dos neófitos, construíram-se algumas obras emblemáticas e
megalómanas. Era um maná vindo do céu.

No entanto aqueles que até percebiam onde se queria chegar deixaram-se seduzir, era melhor, bem melhor, do que a maçã-de-adão.

Para que nada falhasse fechou-se os olhos a oportunistas, pois quem tinha poder económico enriquecia rápida e facilmente, ajudava a criar a ilusão que a riqueza afinal era fácil, bastava esticar a mão de pedinte para que ela ficasse cheia de moedas. É a síndrome do novo-rico: se o dinheiro afinal é fácil para quê lutar por ele, basta abrir a boca. Cada vez mais gente via nesta ideia peregrina a solução de todas as suas frustrações, todos os seus males.

Quem tem um pouco mais de dinheiro tem sempre mais poder sobre os que têm menos. Acham.

A partir de certa altura começaram a mandar dinheiro para destruirmos a nossa agricultura, as nossas pescas. Era preciso escoar os seus produtos, por isso passavam a fornecer os novos países. Era mais barato e os produtos tinham uma aparência de melhor qualidade. Tudo muito bem apresentado, tudo muito bem embalado, tudo muito bem uniformizado.

As marionetas sentiram-se seduzidas.

Se há muito dinheiro há que gastar. Este princípio era alimentado incessantemente pelos que puxavam os cordelinhos.

Com o tempo o mercado voltou a saturar-se, até porque a economia não pode crescer indefinidamente e, lá para oriente, surgiram novos rivais e novas hipóteses de mercado. Os outros continuaram a gastar, mas ninguém se preocupou, porque quanto mais gastavam mais ficavam a dever e, se não pagassem, ficariam de novo na miséria, enquanto os países ricos continuavam a enriquecer, porque passaram a ver novos e maiores mercados nas economias emergentes: China, Índia, Brasil, etc..

Está na hora das marionetas seduzidas acordarem do seu torpor e perceberem que têm de cortar os fios que os controlam, por mais dourados que sejam.Está na hora de pensarmos em alternativas realmente sustentáveis e solidárias. Está na hora de pensarmos numa economia de recursos.

14 de Outubro de 2012

A Casa do Desgoverno

Na Casa do Desgoverno existem três famílias, ou melhor, três clubes. Um é azul, outro laranja e o terceiro rosa.

Estes clubes têm os jogadores e treinadores mais caros e exercem grande influência sobre a arbitragem. Contam ainda com a complacência do presidente da federação. São os que conseguem alienar a maioria dos adeptos.

O clube azul, joga duplo, tanto apoia o clube laranja, como o clube rosa, tudo depende daquele que lhe dá mais garantias de disputar as competições europeias.

Um deles gosta de criar a ilusão de que tanto está no jogo, como critica os árbitros, os treinadores e jogadores dos outros e até, numa ou outra ocasião, consegue o apoio do presidente da federação, mas continua a disputar o mesmo jogo. Assim é o clube rosa.

Os do clube rosa gostam de se intitular o principal clube da oposição e, com este argumento, conseguem confundir os adeptos que, mais preguiçosos ou melhor manipulados, acreditam que estes ainda podem ser alternativa àqueles.

Fora da Casa do Desgoverno existem outros clubes, os da segunda divisão, um é vermelho e o outro vermelho também, mas às vezes usa uns calções pretos. Dizem estes, e com alguma razão, que essa história de principal clube da oposição não passa de uma falácia, pois não é o número de adeptos que dita esse princípio, mas sim a coerência de jogo.

Moral da história: o que está mal neste campeonato é o sistema de jogo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CREDIBILIDADE

1. CREDIBILIDADE PARA QUÊ?

Por ela, para que creiam em nós, estamos dispostos a dar a vida? Mas, depois de mortos, quem pagará as nossas dívidas?

Era uma vez… Um grupo de ricos agiotas ultra “dinâmicos”que, insatisfeitos com o lento ritmo dos seus negócios, resolveu dinamizar os seus métodos de “marketing”para multiplicar a produtividade das suas vendas e a rentabilidade do seu único produto, o dinheiro.

Vai daí, iniciaram a sua grande inovação; anunciar ao Mundo, sobretudo ao Mundo dito atrasado, o grande mérito do crédito como factor de desenvolvimento, -“não hesitem, recorrer ao crédito é barato e dá milhões”- a propaganda tornou-se CREDÍVEL e, quem queria chegar rapidamente aos poderes de governar e ao prometido paraíso da abundância e do progresso, comprou a crédito (muitas vezes para arranjar votos ) todo o dinheiro que os agiotas lhes ofereceram.

À medida que a clientela aumentava, a procura intensificava-se. Com o aumento da procura, o preço do produto aumentou e chegou o dia em que os clientes perceberam que o dinheiro não tinha sido comprado, (perceberam que tinham alugado uma casa que não podiam pagar e iam ser despejados!).

Quando os agiotas começaram a perceber que iam ter dificuldades em reaver o “seu” dinheiro, assustaram-se e diminuíram a oferta, ao diminuir a oferta, ficou claro que a maioria dos clientes só podia pagar com novos empréstimos, estava descoberto a nível mundial, o sistema D. Branca.

Os ameaçados de despejo, para que os donos ganhassem confiança neles, disseram-lhe: não se assustem que nós vamos pagar dentro dos prazos, nem que para isso deixemos de comer…e começaram a pagar…só que, como o burro cigano, sem se alimentarem, um dia destes morrem…e aí, os agiotas, “que vão ao Tota”e limpem os restos por sua conta.

Claro que os donos – agiotas, que não são burros, teriam preferido receber nem que fosse metade do que lhe deviam, durante o dobro do tempo, mas para isso era preciso que os devedores tornassem CREDÍVEL junto dos agiotas a sua decisão de querer viver para lhes pagar as dívidas, com o que sobrasse da satisfação austera mas digna das suas necessidades vitais: Paz, pão, saúde e educação.

Mas… para que tal possa acontecer, todos os devedores temos de estar unidos e coesos, firmes e decididos a QUERER VIVER, PORQUE SÓ ASSIM GANHAREMOS A CREDIBILIDADE NECESSÁRIA PARA CONVENCER OS AGIOTAS DE QUE ESSA É, DE LONGE, A SOLUÇÃO QUE MAIS LHES INTERESSA.

É PRECISO ANULAR RAPIDAMENTE OS infiltrados “Cavalos de Tróia” dos credores, que nos dividem.

Enquanto alguns responsáveis pelos devedores estiverem dispostos a deixar morrer os seus, para com as vidas deles ir pagando os lucros dos agiotas, estes, de imediato, agarrar-se-ão a eles como seus verdadeiros intermediários, capazes de ir defendendo os seus interesses, mesmo à custa das vidas daqueles que dizem defender, anulando dessa forma toda a possibilidade de entendimentos pacíficos e justos, para ambas as partes.

2. CREDIBILIDADE PARA QUEM?

Diz o Gaspar e seus colegas, que é necessário cortar de maneira permanente, mais quatro mil milhões de euros por ano na despesa.

Diz o Expresso desta semana, que os encargos (despesa) com os juros da dívida são, este ano, sete mil cento e sessenta e quatro milhões, ou 56% dos encargos com a dívida.

Assim sendo, grosso modo, o custo total com os juros da nossa dívida deve rondar os 12,5 mil milhões. Se em vez de pagar 56%, pagarmos 30%,cerca de três mil setecentos e cinquenta milhões, e se cortássemos, não 4 mil milhões, mas apenas dois mil milhões, podíamos investir os outros dois mil milhões sobrantes, em apoio ao desenvolvimento produtivo.

SENHORES CREDORES Avaliando as nossas reais possibilidades e no vosso próprio interesse, DECIDIMOS:

a) poupar e arranjar trabalho para todos nós.
b) acumular riqueza para desenvolver a economia.
c) aumentar o nosso PIB, para diminuir o peso do encargo da dívida na nossa economia, facilitando dessa maneira,a nossa capacidade de vos pagar.
d) congelar pelos valores da presente data,o montante global em dívida.
e) que o valor anual a pagar pelos encargos da dívida, não pode ultrapassar os 30% do total, (cerca de 3.750 milhões) durante os dois primeiros anos, com um aumento progressivo igual ao da nossa capacidade de amortização do capital em dívida, até à sua liquidação.

A nossa decisão, é uma decisão caucionada por todas as forças representantes do conjunto da Nação Portuguesa, profundamente convictos de ser a melhor das soluções em defesa dos interesses dos nossos credores e da sobrevivência do nosso povo, sem a qual, o prejuízo dos credores será total.

Camilo Mortágua

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

As Donas Doroteias afinal andam por aí...

Há alguns dias estava a falar, numa aula de História de 9º ano, sobre a mudança de mentalidade que ocorreu entre os anos 20 e 30 do século passado, relacionando com o conflito de gerações, que ainda hoje está bem vivo. Neste contexto sugeri aos meus alunos para verem alguns episódios da telenovela "Gabriela", nomeadamente os diálogos da personagem Malvina, pois assim, por mais hábil que eu fosse a transmitir-lhe a ideia, perceberiam bem melhor o que estava em causa e o que mudou.

Como essa novela passa um pouco tarde, para quem tem de se levantar cedo no dia seguinte para vir para as aulas, sugeri que gravassem e vissem numa altura mais propicia.

Em minha modesta opinião até deveriam ver com os pais e no fim conversar sobre o que todos acabaram de ver, pois talvez fosse uma boa maneira de aproximar pais de filhos.

Ora, passados dias, algumas encarregadas de educação queixaram-se à Directora de Turma que o professor de História tinha aconselhado os(as) filhos(as) a verem essa novela "degradante" (palavra minha) e atentatória da moral e dos bons costumes.

Fiquei surpreendido? Não! Como é possível ficar surpreendido com uma atitude destas? A crítica tem todo o sentido, pois ver a "Gabriela" é de facto atentatório da moral e bons costumes. Como se pode pensar que a mulher deve emancipar-se em relação ao homem, que deve ter opinião própria e liberdade de escolha. Como pode a mulher pôr em causa a autoridade, leia-se autoritarismo, dos pais, dos governos, etc., por mais absurda que possa ser. Como pode a mulher ter a veleidade de exigir um tratamento igual ao do homem.

Além do mais, se os(as) filhos(as) estivessem a ver a "Gabriela", como é que os pais poderiam estar a ver "A Casa dos Segredos", esse sim um programa educativo e altamente dignificante da condição humana, onde podemos ver exemplos de vida que todos devemos esperar para os nosso filhos, os quais se espera, orgulhosamente, que cresçam com os valores que realmente interessam à sociedade.

Como pode ser verdade que passadas tantas décadas não se tenha passado de mascarar uma realidade em vez de a mudar simplesmente. Quem está errado serei eu, pela certa, que incentivo os meus alunos à subversão.

Agora sim, compreendo como este país pode estar mergulhado durante 48 anos num mundo de obscurantismo, de submissão, de falsidade, de hipocrisia, de bufos, de delatores e de censores.