Ontem, 8 de Março de 2008, foi um dia glorioso para os professores. Até eu, que já tenho alguma experiência em manifestações, senti uma emoção fora do normal.
Foi talvez a maior manifestação, ou pelo menos uma das maiores, que se realizaram no nosso país após os tempos áureos do PREC.
Os números variam entre os 80 mil e os 100 mil (números fornecidos pela polícia ou pelos organizadores). No entanto, estes números são irrelevantes, pois a manifestação foi enorme e a presença de professores foi altamente significativa, pois, no mínimo, estiveram presentes cerca de 70% do total de toda a classe docente.
O Ministério e o Governo não podem continuar cegos, surdos e mudos perante esta realidade e os professores não podem esmorecer na sua luta. Foi ganha uma batalha, a da mobilização, mas a guerra está ainda longe de estar ganha.
Muitos sacrifícios serão ainda pedidos ou exigidos aos professores, pois este Governo e esta política educativa já demonstraram à saciedade que é autista e fanática e ferida de défice democrático.
Todos os professores, ou pelo menos a sua esmagadora maioria, estão do mesmo lado: o da EDUCAÇÃO.
Amanhã, quando todos acordarmos da ressaca, temos de estar conscientes de que a luta continua e, por isso, temos de saber gerir este potencial, no sentido de exigirmos uma carreira única, um processo de avaliação justo, objectivo e formativo, com melhores condições de trabalho nas escolas, menos borucracia e a inclusão de todos os docentes no processo de ensino-aprendizagem segundo o mérito e não baseado no pressuposto de que os melhores professores são os que têm mais anos de serviço.
Por uma escola melhor, ao serviço da instrução dos alunos e que seja capaz de realmente abrir novas oportunidades para os alunos e não uma escola fazedora de clones obdientes e manipuláveis pelo poder político e/ou económico...
POR UMA ESCOLA VERDADEIRAMENTE DEMOCRÁTICA!
A LUTA CONTINUA!
4 comentários:
Agora há que continuar unidos, não só contra esta avaliação mas tembém contra o Estatuto da Carreia Docente.
Neste momento a machadada seguinte nesta política de educação, que tem transformado este país num conjunto de analfabetos funcionais, e cuja responsabilidade não é dos professores mas dos sucessivos ministérios da educação seria a DEMISSÃO EM BLOCO DE TODOS OS CONSELHOS EXECUTIVOS, E A RECUSA DOS TITULARES E DOS CONSELHOS PEDAGÓGICOS EM REALIZAR A AVALIAÇÃO, POR FIM SE ISTO NÃO CHEGAR, GREVE ÀS AVALIAÇÕES DE 3º PERÍODO, COM ATRASOS DA SAÍDA DAS NOTAS, GREVE ESTA QUE CUSTARIA POUCO EM TERMOS FINANCEIROS AOS DEPAUPERADOS PROFESSORES E QUE COM UM DIA DE GREVE PODERIA-SE ATRASAR AS AVALIAÇÕES MAIS DE UM MÊS, BASTAVA CADA PROFESSOR FAZER GREVE UM DIA QUE AS AVALIAÇÕES ATRASAVAM IMENSO, NÃO DEIXEMOS ISTO PARAR.
É preciso é acabar com os "eduquês". Os Professores devem parar a implementação dos últimos diplomas e propor as mudanças do sistema, a partir das suas experiências e do melhor conhecimento que têm da realidade da Escola portuguesa.
E não permitir que os "videirinhos" comandem a luta. Quanto aos Sindicatos, embora necessários, não se lhes pode dar a possibilidade de fazer acordos com o Ministério, embarcando em teorias pedagógicas que já deram o que tinham a dar. Também eles têm alguma responsabilidade no caos a que isto chegou.
O caminho é para a frente e é já!!!
Parabéns a todos! Começo a orgulhar-me dos Professores portugueses.
Sim agora que já conseguimos estar unidos numa mega manifestação não podemos perder a oportunidade de exigir um ensino de qualidade para todos, onde se formem cidadaos concientes e não formatados.
As medidas do ministério só serão implementadas pelos professores, sem nós nada será feito, está na nossas mãos agora fazer exigências para termos qualidade e dignidade profissional.
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