quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Vitela de Lafões

O prometido é devido. Vou dedicar a maioria dos próximos artigos a relatar alguns factos relevantes das minhas férias, intenção iniciada no artigo anterior dedicado ao Festival da Carballeira. Sem ordem cronológica os artigos surgirão conforme as recordações.

Hoje vou dedicar o meu tempo à vitela de Lafões.

A caminho de São Pedro do Sul, onde ia assistir ao Andanças, aproveitei para me deslocar ao restaurante Taberna do Lavrador em Cambra da Serra, Vouzela, local aprazível, bem perto da Cova do Lobisomem.

Neste local pode também ser admirada uma torre medieval e aproveitar o tempo para um retemperador mergulho numa excelente e bem cuidada praia fluvial. É preciso gastar energias para o repasto que se avizinha.

Mesmo no centro da pequena localidade de Cambra da Serra fica o restaurante acima citado, agradável e rústico. No entanto, o melhor estava para vir quando iniciámos as provas: uma belíssima sopa à lavrador, magníficas entradas, uma vitela deliciosa, doçaria tradicional e café. Tudo isto regado com um razoável tinto da casa de Silgueiros (região demarcada do Dão), mas há outras opções.

Iniciemos o nosso passeio gastronómico com uma visita à sede de concelho: Vouzela.


Igreja Matriz de Vouzela.


Ponte do comboio (Vouguinha) sobre o rio Vouga. Esta linha está hoje, infelizmente desactivada, mas parece que existem projectos para a activar e aproveitar, não só para servir as populações limítrofes, como para explorar os imensos recursos turísticos e paisagísticos desta bela linha ferroviária.


A Confraria dos Gastrónomos de Lafões, bem no centro de Vouzela.

Já em Cambra da Serra.

Bem perto da Cova do Lobisomem...


...encontramos a Taberna do Lavrador.


Será que está aberta?



Está! Olha, hoje há vitela de Lafões assada em forno de lenha.


É entrar pessoal.



A sopa à lavrador. Mmmmmm... que cheirinho...


... e que sabor. Como é pena não ser ainda possível sentir os aromas e os sabores na net.


Eis a dita cuja vitela... é de fazer crescer água na boca.


Esta magnifica vitela pode ser degustada na Taberna do Lavrador ao almoço de todos os domingos e feriados. Venham até cá que não vão dar por perdido o tempo, quer pelos sabores quer pela beleza das paisagens e acolhimento das gentes.

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A Taberna do Lavrador encerra à segunda depois de almoço e terça todo o dia, segundo informação prestada no local, mas esta informação pode estar sujeita a alteração posterior.

Para quem vai do Porto a viagem é curta, cerca de uma hora. O percurso é simples e rápido: entra-se na A1; sai-se para a A25 logo a seguir à Estação de Serviço de Antuã e segue-se em direcção a Viseu; na saída de Vouzela/São Pedro do Sul, na rotunda, escolhe-se a direcção de Cambra. Para quem vai de outras localidades é só chegar à A25 e seguir as indicações dadas anteriormente. A Taberna do Lavrador fica bem no centro da pequena povoação de Cambra, logo que cheguem ao largo da Igreja é estacionar, a Taberna fica a poucos metros.

Depois disto só uma longa noite de amor para completar o ramalhete.

5 comentários:

Mário Monteiro disse...

Estou curioso para ver o comentário do meu grande amigo Seven, beirão dos quatro costados

CHRIS disse...

Estás bem arranjado, Spiritwolf, enfiaram-te entre o posto dos correios e a torre medieval de Cambra da Serra! Espero sinceramente que te dês bem na tua nova morada, e quando vieres cá abaixo visitar o resto da alcateia vê lá se te lembras de trazer uns bifitos. Bjinhos Chris
PS: fiquei feliz por saber que correu tudo bem no outro talho :)

Anónimo disse...

Infelizmente parece que te vou desiludir quanto ao comentário já que ando com pouco apetite e alimento-me como que por obrigação, sendo que deves considerar apetite como sinónimo de inspiração. (tu até sabes do que estou a falar já que te dei umas dicas). Folgo que tenhas vindo até à região de Lafões, Vouzela, que conheci bem quando tinha 19 anos... estávamos no pós- Abril,.. fui fazer serviço cívico para Campia que pertence a Vouzela, mas fica mais perto de Oliveira de Frades ou vice-versa, já que a memória parece que está a lixar-me. Foi assim aos 19 que tive o primeiro contacto com a eleita propriamente dita num Domingo sob a sombra de uma parreira em casa do Presidente da Junta (penso) e jamais vou esquecer a imagem da fumegante caçoila de barro a sair do forno da broa que estava ali a dois passos da mesa improvisada para receber dois rotulados comunistas que para mostrarem que eram bons rapazes até tinham horas antes participado da missa. Fizeste bem em frisar que bebeste um vinho da região do Dão, Silgueiros, que lamento não te ter satisfeito plenamente, mas sempre melhor que o de Lafões já que deves saber que a única pecha desta região (Vouzela, Oliveira de Frades) é o vinho... é que as castas que fazem o Dão não sobrevivem aqui e o vinho que abunda é o chamado americano ou morangueiro ou ainda das duas-mãos como aprendi por essa altura do serviço cívico: uma para beber outra para mijar. Como curiosidade se reparares há um certo enfiamento para norte que te leva à região dos vinhos verdes... Cinfães (já um verdasco) ainda deste lado do Douro e depois Amarante do outro lado.
Então e a sobremesa? Não comeste umas cavacas? No meu tempo havia disso, como ainda havia o "vouguinha" que ligava Aveiro a Viseu. Por si, a "capital" ligava-se à minha ditosa Santa Comba pelo chamado Ramal do Dão onde circulava o Chelas (gostava eu de saber de onde veio o nome) uma "maria fumaça" que embelezava os céus de fumo emblemático(hoje seria criminalmente accionada como fonte poluidora)onde tive o prazer de viajar.
Com esta história dos vinhos veio-me à lembrança que não será por acaso que "cá para baixo" nós damos banho à carne com vinho e eles lá para Lafões é com água... ahahah
OLha foi o que se pôde arranjar... enche-te de coragem e da próxima aventura-te mais para baixo, a chanfana espera por ti, e depois talvez a crónica saia melhor.
Aquele abraço
Neves, AJ

Mário Monteiro disse...

Obrigado amigo, eu conheço a chanfana. O pai da minha primeira ex-mulher era de Foz de Arouce (Lousã)

Anónimo disse...

Ai conheces? Então que o homem da História nos conte a história da "invenção" da chanfana lá pelos princípios do século XIX.