Warren Buffett defendeu hoje uma subida dos impostos para os mais ricos, criticando a desigualdade na "partilha de sacrifícios".
Num artigo de opinião no New York Times, o multimilionário norte-americano Warren Buffett criticou a classe política do país por considerar que a partilha de sacrifícios pedido à população tem sido profundamente injusta com as classes mais pobres.
"Os nossos líderes têm pedido que partilhemos os sacrifícios. No entanto, quando fizeram esse pedido, esqueceram-se de mim. Verifiquei com os meus amigos milionários para saber que sacrifícios lhes foram pedidos, mas também eles ficaram intactos", começa por escrever o Oráculo de Omaha, no artigo "Parem de mimar os super-ricos".
Buffett deu mesmo o exemplo dos seus rendimentos. "No último ano, a minha conta fiscal - o imposto sobre rendimentos que paguei, tal como os impostos sobre salários pagos por mim e em meu nome - era de 6.938.744 dólares. Parece ser muito dinheiro, mas apenas foi 17,4% dos meus rendimentos tributáveis - e, na verdade, é uma percentagem menor do que foi paga por qualquer uma das outras 20 pessoas do meu escritório. As suas taxas de impostos estavam entre 33% e 41%", revelou.
Nesse sentido, o célebre investidor diz que "é bom ter amigos em lugares altos" em Washington: "Dão-nos estas e outras bênçãos por se sentirem compelidos a proteger-nos, como se fossemos uma espécie em vias extinção."
"Enquanto as classes baixa e média lutam por nós no Afeganistão, e enquanto a maioria dos americanos luta para fazer face às despesas, nós, os mega ricos, continuamos a ter isenções fiscais extraordinárias", confessou.
Buffett termina então o seu artigo considerando que ele e os seus amigos têm sido "mimados por tempo suficiente por um congresso que é amigo dos multimilionários". "Agora é hora do governo levar a sério a partilha dos sacrifícios", pediu.
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