segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

IT Girl & PC Man - Os Personagens

INTRODUÇÃO

Ninguém cria algo a partir do nada, isto é, a criação resulta das vivências do autor. Pegando em certas características de pessoas com quem conviveu, ou convive, o autor exacerba certas características e, do desenvolvimento de certos estereótipos, constrói um personagem. Em humor, os personagens não são mais do que caricaturas e, por isso, afastam-se dos modelos e cria-se um mito. O mito ultrapassa sempre o modelo, não faz parte do original, tenta captar determinadas características, enriquecendo-as ficcionalmente. Logo, não é lícito que alguém se reveja ou sinta retratado, já que isso seria demasiado redutor.

Todos nós, qualquer um de nós, tem os mesmos estereótipos, por isso cada um dos personagens pode ser qualquer um de nós, seja nas grandezas, seja nas fraquezas.

OS PERSONAGENS

Tirando a relação que existe entre IT Girl e PC Man (relação marido/mulher ou namorados, não se sabe muito bem ao certo), nenhum dos restantes personagens tem quaisquer laços de parentesco entre si. São amigos ou simples conhecidos.

IT Girl
IT Girl - Rapariga "enxuta", vive na contradição entre aquilo que é e aquilo que gostaria de ser. Aparentemente moderna e progressista, vive de facto num mundo de aparências e tem uma postura real conservadora. Gosta de dar a imagem daquilo que gostava de ser, mas que na realidade não é. Tem uma certa tendência para repetir lugares comuns e chavões. Gosta da moda, embora não o diga. É fanática por arrumações e limpezas. Acha-se a maior e está convencida que o Sol gira em torno de si própria. Adepta da arte efémera da moda como forma de iludir e mascarar a sua essência. Ultimamente tem aderido ao misticismo e é frequente vê-la em lojas da especialidade, mais para agradar ao seu amor do que por convicção.

PC Man
PC Man - Rapaz dado a altos voos, julga-se um intelectual de primeira apanha, mas na verdade não passa de um pseudo-intelectual de vão de escada. Gosta de escrever poesia. Sendo de origem norte-americana, não perde oportunidade para ligar as suas origens cultas a famílias de origem europeia (mais concretamente francesas) do Estado da Luisiana, onde assentam as suas raízes. Alto e de farta cabeleira, julga-se um mestre da literatura e gosta de ser adjectivado. É um pouco egocêntrico, mas também introvertido. Só veste roupinha de marca e é extremamente arrumado, chega mesmo a dobrar o pijaminha que coloca todas as manhãs no espaldar da cadeira do quarto. Fervoroso adepto de Feng Shui e estudioso de Reiki. Basicamente é um místico e nunca sai de casa sem consultar o oráculo.

Herr Vinagra
Herr Vinagra - Vive sozinho numa caverna no alto de um monte sombrio. Aí rodeia-se da mais alta tecnologia, tudo aparelhagem topo de gama, de onde costuma espreitar o mundo por um canudo. Tem uma certa tendência para o isolamento. É alto, cerca de 2 metros, mas quando se lhe mede o ego ultrapassa facilmente os 10 quilómetros de altura. É misógino. Já esteve em toda a parte e já fez de tudo, mas a verdade é que quase nunca saiu da sua caverna. Tem como livro de cabeceira a "Alegoria da Caverna" de Platão. Foi sargento-enfermeiro no Tarrafal, onde tirou o curso de medicina por correspondência. É grande admirador de Adolfo Hitler e de Madre Teresa de Calcutá.

Sr. Água das Pedras
Sr. Água das Pedras - É uma pessoa simpática, mas um pouco distraída. É um sonhador nato e acredita que um dia lhe vai sair o euro milhões. Self made man, faceta da qual se orgulha e, diga-se em abono da verdade, se admira. Gosta de ritmos quentes, é um dançarino nato. Tem uma curiosidade inata, no entanto, tal como os gauleses temiam que o céu lhes caísse sobre a cabeça, receia as correntes de ar com medo de apanhar uma pneumonia. É hipocondríaco.

Dona Laranjina
Dona Larangina - Senhora extrovertida e simpática, gosta de se divertir e tem uma certa tendência para falar alto. Frequentemente, coloca as suas novas amizades nos píncaros e a todos incute um certo excesso de confiança o que, muitas vezes, leva a que as pessoas que com ela lidam tomem como verdadeira e autêntica essa confiança e, de um momento para o outro, as suas amizades passam de bestiais a bestas. Possessiva, é o protótipo da mãe-galinha. Grande admiradora de Sá Carneiro e Rui Rio.

Dom Porto
Dom Porto - Indivíduo vivido e bom vivant, é um gabarola nato, mas prende as pessoas, porque é um excelente contador de histórias. Gosta de ser o centro das atenções. Pessoa charmosa, sobretudo para o sexo oposto é, às vezes, um pouco repetitivo. Um verdadeiro amante dos prazeres da vida, mesmo descontando a gabarolice vê-se que é culto e que, na maior parte dos casos, sabe o que diz. Francófono, detesta tudo o que cheire a anglo-saxónico, considera mesmo que o inglês é uma língua de bárbaros.

Binho Tinto
Binho Tinto - É o protótipo do homem do norte: é um pouco rude, transparente e franco, detesta a mentira e o subterfúgio. Desconhece-se o seu primeiro nome, mas sabe-se que é maduro por parte dos "Binho" e um pouco inconsequente por parte dos "Tinto". Tem o charme de um diamante em bruto e uma certa tendência para se recusar a crescer. É um autêntico Peter Pan.

Caldinho sem Sal
Caldinho sem Sal - Personagem apagada, vive numa biblioteca rodeada de livros onde procura, sem descanso, o homem dos seus sonhos. É o grande anteparo de muitos pseudo-intelectuais que frequentam a biblioteca, pois tem um vasto conhecimento enciclopédico. Faz citações de autores famosos com frequência. Sabe-se que em tempos manteve uma relação com PC Man, quando este frequentava a sua biblioteca.

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