sábado, 7 de dezembro de 2013
A GRANDE RESSACA
Desde que a propriedade privada foi inventada que a Humanidade tem sido obrigada a aceitar como inevitável o poder.
Desde os primórdios que os senhores do poder, sejam eles poder político ou económico, ou melhor, chamando os bois pelos nomes, os traficantes, têm dado doses cada vez mais eficazes de droga, capaz de criar ilusões de bem-estar, controlando assim uma multidão de massa amorfa e acrítica, que lhes tem permitido perpetuarem-se no poder.
A eficácia das drogas que os grandes traficantes têm introduzido na Humanidade aumentou ao longo do século XX. Agora, em pleno século XXI, estamos a viver a grande ressaca mas, como qualquer drogado, em vez de combatermos os traficantes, aceitamos qualquer droga, por mais marada que seja, e por mais insignificante que seja o traficante, porque nos recusamos a ver a realidade e não conseguimos deixar de viver a ilusão que nos criaram.
O pior cego é aquele que não quer ver. O pior cidadão é aquele que se recusa a agir.
O século XXI só poderá ser o século da viragem, o século dos que, finalmente, tomando consciência da sua própria manipulação, se revoltarão contra os traficantes.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
ANDANÇAS PARA A LIBERDADE (II Volume)
Camilo Mortágua |
“Andava no Brasil despreocupado e, muitas vezes, até esquecido das razões porque por lá andava, julgando-me demasiado insignificante para que perdessem tempo comigo.
Por pensar que a História não se repete, mas os homens sim; por constatar que os Homens de poder têm uma trágica tendência para recorrer a desumanas práticas repressivas sobre os seus governados, sempre que (com razão ou sem ela) sentem ameaçados os seus poderes; não estou convencido da impossibilidade do Povo Português voltar a perder a sua Liberdade e da sua juventude voltar a ter necessidade de lutar por essa Liberdade roubada.
Esta é uma das razões para escrever estas “andanças”. Para que, por pouco que seja, através delas, as juventudes do meu país, se tal voltar a acontecer, estejam melhor preparados do que eu e os meus companheiros estivemos.”
CAMILO MORTÁGUA, “Andanças para a Liberdade”, volume II (1961-1974)
Andanças para a Liberdade - II Volume |
sábado, 19 de outubro de 2013
A SANGUESSUGA DO PODER
A SANGUESSUGA DO PODER |
O COMBATE CONTRA O DUO PESADELO E O PODER DA SANGUESSUGA, numa rua (ou ponte) perto de si.
Sinopse:
O Sócrates (Deadsoc) à beira do Duo Pesadelo (Nightmare Duo) não passa de um menino do coro, quanto ao Seguro (Safejoker), é demasiado inseguro para combater esta dupla.
Hoje, 19 de Outubro, podemos e devemos tomar nas nossas mãos aquilo que mais ninguém pode fazer por nós.
Quem tiver medo da chuva e não for manifestar-se então que fique em casa no sofá e dê ordem para descontar 50% do seu salário para que o governo possa dar aumentos de 65% aos administradores das PPP.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
QUANDO OS LOBOS UIVAM
"Quando os Lobos Uivam", livro de Mestre Aquilino Ribeiro traz-me à memória a minha infância.
Quando, pela mão da minha mãe, ia à Feira do Livro do Porto, ao passar pelas bancas perguntava ela: "Tem o livro 'Quando os Lobos Uivam' de Aquilino Ribeiro?".
A resposta era, invariavelmente, a mesma: "Não, minha senhora, esse livro está retirado do mercado".
Perguntava eu: "Mas mãe, se sabe que o livro não está à venda, porque pergunta?"
Ao que ela me respondia: "Para saberem que há sempre gente que resiste à ditadura.". A minha mãe foi a minha escola de resistência.
Obrigado Mestre Aquilino!
OBRIGADO MÃE!
Quando, pela mão da minha mãe, ia à Feira do Livro do Porto, ao passar pelas bancas perguntava ela: "Tem o livro 'Quando os Lobos Uivam' de Aquilino Ribeiro?".
A resposta era, invariavelmente, a mesma: "Não, minha senhora, esse livro está retirado do mercado".
Perguntava eu: "Mas mãe, se sabe que o livro não está à venda, porque pergunta?"
Ao que ela me respondia: "Para saberem que há sempre gente que resiste à ditadura.". A minha mãe foi a minha escola de resistência.
Obrigado Mestre Aquilino!
OBRIGADO MÃE!
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
HASTA SIEMPRE COMANDANTE!
A 9 de Outubro de 1967, o político,
jornalista, escritor e médico argentino-cubano, Ernesto Che Guevara
(Rosário, 14 de Junho de 1928 — La Higuera, 9 de Outubro de 1967),
símbolo da rebeldia, da luta contra a injustiça social e do espírito incorruptível, é assassinado pelo exército boliviano em colaboração com a CIA.
“Guerilheiro Heróico” – Foto de Ernesto Che Guevara
da autoria do fotógrafo cubano Alberto Korda (1928-2001)
LIBERDADE OU MORTE!
HASTA SIEMPRE COMANDANTE!
“Guerilheiro Heróico” – Foto de Ernesto Che Guevara
da autoria do fotógrafo cubano Alberto Korda (1928-2001)
LIBERDADE OU MORTE!
HASTA SIEMPRE COMANDANTE!
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
NÃO DESISTO!
Sei que as eleições autárquicas têm um cariz especial, algumas vezes as pessoas contam mais do que a demagogia dos partidos políticos, por isso esperava uma forte penalização dos partidos que estão no poder, mas também dos que lá têm estado, pois não estando agora de forma directa o fazem de forma camuflada, com jogos de poder e alianças mais ou menos encapotadas.
Sou ingénuo, a democracia está armadilhada, mas não é por isso que vou desistir e se for necessário armadilhar esta farsa manipuladora, contem comigo.
Apesar de tudo há gente que resiste, mas não sabe ainda para onde orientar a sua resistência, como a organizar...
É certo que os partidos da situação, os que estão no poder e os que estão à espreita, foram de uma forma mais ou menos evidente penalizados e, por isso, não podem vir mais uma vez mascarar os resultados eleitorais e muito menos cantar vitória, mas esperava mais, muito mais destas eleições.
Não estou desiludido, desiludido fiquei aos 20 anos quando percebi o quão mesquinho e ausente de valores, e até de ética, É o mundo da política politiqueira, mas esperava mais.
Uma coisa é certa: EU NÃO DESISTO!
Sou ingénuo, a democracia está armadilhada, mas não é por isso que vou desistir e se for necessário armadilhar esta farsa manipuladora, contem comigo.
Apesar de tudo há gente que resiste, mas não sabe ainda para onde orientar a sua resistência, como a organizar...
É certo que os partidos da situação, os que estão no poder e os que estão à espreita, foram de uma forma mais ou menos evidente penalizados e, por isso, não podem vir mais uma vez mascarar os resultados eleitorais e muito menos cantar vitória, mas esperava mais, muito mais destas eleições.
Não estou desiludido, desiludido fiquei aos 20 anos quando percebi o quão mesquinho e ausente de valores, e até de ética, É o mundo da política politiqueira, mas esperava mais.
Uma coisa é certa: EU NÃO DESISTO!
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
OS CULPADOS
Estes são alguns dos principais culpados da situação de crise que se vive em Portugal e também no Mundo.
Estes e o poder económico e financeiro que arrasam o Estado Social, que dividem os Povos com a especulação dos ditos, e "anónimos" mercados, na ânsia da obtenção do lucro, usando palavras mansas e chantageando com a "inevitabilidade" das medidas que preconizam e defendem.
Este e alguns países, como os EUA, a Alemanha, a China, a Rússia e a União Europeia, com a sua política neoliberal, anti-social e expansionista, seguidos de perto por alguns dos seus lacaios que se colocam em bicos de pés na ilusão efémera de obterem uma parte do saque.
Em Portugal estamos a viver um período eleitoral. Não importa que estas eleições sejam autárquicas, legislativas ou para a Presidência da República. Sabemos quem são os culpados da situação a que chegamos e temos a obrigação de os penalizar.
É falta de carácter e coragem criticar quem nos tem "governado" e, quando chega a hora de tomarmos decisões, ir votar naqueles que criticamos, mesmo que as caras sejam outras, mas as políticas não o são.
Votar nos representantes dos mesmos partidos que nos arrastaram para esta situação, abster-se ou votar nulo ou branco, é entregar o ouro ao bandido. Quem o faz deve abster-se de criticar e aceitar docilmente a política que lhes é imposta.
QUEM NÃO QUER SER CORDEIRO, NÃO LHE VESTE A PELE.
Existem alternativas dentro deste sistema, só precisam que lhes dêem a possibilidade de se afirmar, de mostrar que são diferentes e, se não o forem, deverão ser também impiedosamente penalizados. Existem alternativas quer no sistema actual, quer na cidadania, por isto está na hora de sairmos da nossa zona de conforto e dizer: BASTA!
Quem o não fizer será cúmplice desta política e carrasco das legítimas aspirações dos Povos a alcançar uma vida mais justa e solidária.
Como cidadão português e do mundo estou convicto que, mesmo dentro deste sistema, existem alternativas, todas à esquerda, na esquerda real, não naquela que se diz esquerda e, quando no poder, se comporta como se direita se tratasse, subjugada pelos grandes interesses económico-financeiros e pessoais.
Acredito que, na minha óptica, a alternativa a um poder corrupto e desgastado está no Bloco de Esquerda, mas também noutras forças políticas de esquerda, da verdadeira esquerda, mas sobretudo numa forma participativa de viver a democracia, por isso nas próximas eleições irei votar BE.
O MAIS IMPORTANTE É QUE NO PRÓXIMO DIA 29 DE SETEMBRO OS PORTUGUESES VOTEM CONTRA OS PARTIDOS DO CHAMADO ARCO DO PODER, POIS FORAM ESSES QUE NOS ARRASTARAM PARA ESTA SITUAÇÃO DE CRISE QUE VIVEMOS ACTUALMENTE.
NÃO À ABSTENÇÃO, NEM AOS VOTOS EM BRANCO OU NULOS!
terça-feira, 24 de setembro de 2013
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
LIBERDADE
Quando uma relação não nos liberta, libertemos a relação.
Livre da culpa, livre da angústia, livre da incompreensão.
Enfim LIVRES!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
MEMORIAL PALMA INÁCIO
EM MEMÓRIA DA ESPECTACULAR FUGA DE PALMA INÁCIO
(Porto, 7 para 8 de Maio de 1969)
PIDE OFERECE 50 MIL ESCUDOS POR INFORMAÇÃO DO SEU PARADEIRO
No Plenário do Porto:
Nove acusados de pertencerem à organização L.U.A.R. (Liga de União e de Acção Revolucionária), presos em Agosto do ano findo, quando entravam clandestinamente pela fronteira do Nordeste transmontano, acabaram de ser julgados no Plenário do Porto.
(…)
Faltou o réu principal, Hermínio da Palma Inácio, de 47 anos, industrial de reparação de aviões, residente em Paris, que, como se sabe já, se evadiu das prisões da Polícia Internacional e de Defesa do Estado.
Diário de Lisboa, 8/5/1969
Dando voz ao desejo, tantas vezes expresso dos amigos e admiradores de Hermínio da Palma Inácio, um grupo de antigos companheiros resolveu avançar com o projecto de edificação dum monumento comemorativo da sua fuga, no Largo Soares dos Reis, no Porto.
O projecto, cuja fotomontagem pode ser vista acima deste texto, já foi aprovado pela Câmara Municipal do Porto e é da autoria do escultor Joaquim Álvares de Sousa.
Nos tempos que correm, homenagear e relembrar a coragem de PALMA INÁCIO é um pequeno nada nas nossas vidas, que pode ser uma muito grande ajuda para o nosso ânimo colectivo.
Para poder levar a bom termo este propósito, teremos de juntar, até finais de Março, uma quantia próxima dos quinze mil euros e necessitamos da contribuição de todos.
Graças à solidariedade sempre manifestada por todos quantos se sentiram orgulhosos do seu exemplo e agradecidos pelo seu combate pela nossa libertação, confiamos no sucesso desta iniciativa. E, como há verbas que têm de ser disponibilizadas de imediato, apelamos a que nos façam chegar o mais rápido possível a vossa contribuição.
Assim:
1. Para o efeito, existe uma conta com o nº 0214025424200, aberta na Caixa Geral de Depósitos, NIB 003502140002542420072, IBAN PT50003502140002542420072 e BIC CGDIPTPL, que servirá exclusivamente para este fim e de cujo movimento será dado conhecimento detalhado, à medida que as contribuições forem chegando, a todos os que contribuam e o desejem.
2. Agradecemos que cada contribuição/transferência seja confirmada para este e-mail: memorial.palma.inacio@gmail.com
3. A contribuição pode ser feita em fracções, cujos prazos de entrega deverão ser inicialmente programados por um prazo que não deve ir além do fim de Março de 2013.
4. A inauguração do referido memorial está prevista para 8 de Maio de 2013. Certos da vossa resposta a este apelo, recebam as nossas saudações democráticas e sempre solidárias.
A Comissão Organizadora:
Armando Coelho (Comandante)
Camilo Tavares Mortágua
Maria Elisabete Neves
Mário Rietsch Monteiro
Para qualquer contacto:
Maria Elisabete Neves
e-mail: memorial.palma.inacio@gmail.com
Telemóvel: 911 082 328
Mais informações:
Memorial Palma Inácio no Facebook
Grupo Hermínio da Palma Inácio (Facebook)
AMIGO!
NÃO DEIXE PARA AMANHÃ O SEU CONTRIBUTO!
E divulgue pelos seus contactos, por favor
CONTA DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS:
Nº da Conta – 0214025424200 NIB – 003502140002542420072
IBAN – PT50003502140002542420072 e BIC – CGDIPTLP (No estrangeiro)
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
6 QUESTÕES SOBRE EDUCAÇÃO
A escola é o espelho da sociedade, mas não devia ser. A escola devia ser o motor capaz de mudar a sociedade, não uma simples peça da engrenagem.
Não acredito em maus professores, só porque os resultados escolares não são os desejados. Nenhum profissional da educação pretende o insucesso dos seus alunos, mas também nenhum deve promover um sucesso visível só porque sim.
É necessário que, em primeiro lugar, se dê as condições necessárias para que os docentes possam desenvolver as suas potencialidades com solidez. Não defendo que se deva estar à espera que todas as condições estejam criadas para depois as colocar em prática. Pensar desta forma contribui para um cruzar de braços que é pernicioso no que diz respeito ao sucesso escolar, da mesma forma que não passa de uma falácia cumprir integralmente um processo burocratizado e caduco, que não leva a lado nenhum e só serve para mascarar a realidade. Um e outro são as duas faces da mesma moeda, cujos resultados estão à vista. Para mudar o status quo é necessário ousar ser criativo para reverter a favor de um processo que todos pretendemos fiável, gratificante e com resultados efetivos, mesmo que os resultados não sejam imediatos, pois a ânsia dos resultados imediatos arrasta-nos para um poço sem fundo.
É um caminho cheio de obstáculos, algumas frustrações, mas que no fim trará os seus frutos, mesmo que se tenha de passar por um período de tempo em que os mesmos sejam manifestamente inferiores ao ideal, pois a frustração combate-se com a assimilação de medidas que, com os professores e não contra os professores, irão dar frutos palpáveis a médio prazo.
É preciso fazer uma travessia do deserto? Claro que sim, claro que é necessário ter coragem e ideias para fazer essa caminhada, mesmo com os meios que hoje estão ao alcance das escolas, desde que haja um interiorização deste processo por parte de todos nós.
A primeira questão é: O que fazer? Refletir ou agir?
Refletir sem agir é inconsequente e agir sem refletir é uma perda de tempo.
A reflexão é importante, pois só quando existe consciencialização do insucesso se pode compreender as suas causas e pensar em ações capazes de contrariar a tendência de maus resultados. Uma ação sem uma sólida reflexão arrasta inevitavelmente o problema para um beco sem saída, pois as medidas tomadas são avulsas e, portanto, o seu resultado depende do fator sorte.
Daqui se concluiu que uma sem a outra são insuficientes, por isso a uma reflexão deve seguir-se uma medida prática, que deve ser testada com rigor, a qual deverá ser reformulada se, e só se, ficar comprovado que não é a mais eficaz.
A segunda questão é: Tem a escola meios suficientes e capazes para colocar em prática medidas eficazes no combate ao insucesso escolar?
Na minha opinião tem os meios suficientes para abrir caminho numa fase de arranque, e alguns para a sua consolidação.
A terceira questão é: Porque não possui a escola todos os meios necessários?
Não os possui, porque a política educativa governamental privilegia o ensino privado em relação ao público e nega à escola pública as mesmas armas para obtenção do sucesso escolar com que beneficia a escola privada. Não se pretende com esta ideia adotar uma política de exclusão dos alunos, que não se enquadram no perfil do bom aluno ou do aluno sem dificuldades educativas. Neste caso as regras de admissão e exclusão devem ser iguais sem diferenciar a escola pública da privada, isto é, quanto a este problema é a escola pública que está no bom caminho, pois ao fazer essa distinção está a criar-se a ilusão de que as escolas privadas são melhores do que as públicas.
A quarta questão é: A escola e os professores devem cruzar os braços por lhes negarem todos os meios necessários para promover o sucesso escolar?
Claro que não, refugiar-se na falta de meios é desistir de exercer a sua profissão com rigor e dignidade, apesar de haver consciência de que não podemos usar todos os meios ao alcance da escola privada, existem alguns que podem ser implementados, não porque é lei e, portanto é uma obrigação, mas porque urge usá-los com critério e rigor, como forma de promover a motivação dos professores para a sua profissão, a qual tem sofrido um desgaste enorme nos últimos anos, por causa das políticas educativas que têm sido colocadas em prática e que promovem um caminho persecutório ao professor por parte da sociedade, o qual, muitas vezes, de forma consciente ou inconsciente, direta ou subliminar, é apoiado e colocado em prática pelas direções das escolas e também, por muitos docentes que agem por medo (alguns dos mais novos), ou por já não acreditarem numa profissão que os motivou (os mais velhos).
A quinta questão é: Quais são os caminhos da educação?
Os quatro pilares do sucesso educativo são as direções das escolas, os professores, os encarregados de educação e os alunos. Da estrutura enunciada podemos concluir que a harmonia entre os três primeiros pilares é fundamental para alicerçar e desenvolver o quarto pilar, o qual é a razão dos anteriores existirem no processo de ensino-aprendizagem.
Torna-se evidente que uma escola excessivamente burocratizada não tem sucesso, a não ser que os resultados finais sejam mascarados, mas, quanto a mim, mascarar os resultados é crime, por isso esta questão, a de mascarar os resultados, fica imediatamente descartada.
Sabe-se as funções de cada um dos pilares deste sistema e, por isso, é fundamental criar as condições para que todos os pilares funcionem devidamente. As direções devem criar as condições de trabalho e diálogo para que os atores que estão no terreno se sintam motivados e com autonomia suficiente para colocar na prática as medidas necessárias para promover o sucesso. Para isso é essencial que o processo ensino-aprendizagem se centre na sala de aula cujas paredes são: a língua e a comunicação; a ciência; a cultura; a arte. Sendo que estas paredes devem ser devidamente alicerçadas numa prática pedagógica adequada e diferenciada, não condicionada por medidas economicistas, as quais desvirtuam os fundamentos da educação, no sentido de criar condições para a aquisição dos meios fundamentais à autonomia e criticismo dos cidadãos em formação. Quero com isto dizer que a finalidade da educação não é formatar, no sentido de estandardizar, cidadãos, mas sim de criar os mecanismos e fornecer a informação necessária para que o cidadão em formação adquira a autonomia e conhecimentos necessários para, criticamente, escolher os seus caminhos, livres de preconceitos que condicionem o desenvolvimento humano.
A sexta questão é: Quais são os meios de que a escola pública dispõe para concretizar um efetivo sucesso dos alunos?
Em primeiro lugar as direções precisam de promover a motivação dos professores sem procurar resultados imediatos, isto é no final de apenas um ano letivo. Entende-se por motivação dos professores dar-lhes condições para que, na sala de aula, possam concretizar, com competência e qualidade o seu trabalho. Neste campo é necessário ser determinado e eficaz no que diz respeito à disciplina na sala de aula e na escola. Existem os mecanismos necessários para concretizar estas medidas, os quais estão no Regulamento Interno das Escolas, os quais podem ser alterados e melhorados autonomamente por cada escola.
Este entendimento envolve, como não podia deixar de ser, todos os pilares da educação e não apenas os docentes.
Centrar toda a atividade letiva fundamentalmente no conselho de turma e não nos departamentos e grupos disciplinares, os quais deviam refletir e agir de acordo com o que se passa nos conselhos de turma e não o contrário. Os departamentos e grupos disciplinares são importantes, mas para aglutinar experiências e as desenvolver, porque o verdadeiro motor do processo é o conselho de turma.
Todo o processo pode ser, deve ser, implementado na confiança que as direções das escolas depositam no seu corpo docente, numa atitude de diálogo franco e de busca de soluções, sem agitação de bandeiras de metas, muitas vezes fictícias, impondo aquilo que é uma simples orientação.
Para qualquer professor a meta de sucesso dos seus alunos é de 100%, por isso não é por estarem estabelecidas, ou institucionalizadas metas de sucesso, que ele vai acontecer. Nenhum professor trabalha de maneira e com empenho diferente, quer a meta de sucesso seja de 50 ou de 100%, mas todos, quando devidamente motivados, procuram aferir constantemente os itens em falha, numa tentativa de corrigir aquilo que ele pode corrigir.
Um professor não trabalha à peça ou com peças, mas sim com seres humanos (direção, encarregados de educação e alunos), os quais não controla, nem deve controlar, por isso a solução do sucesso passa, inevitavelmente pelo empenho de todos.
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