quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lúcia


Estava envolvido pelo breu da noite, num sítio ermo, no alto de uma montanha numa noite de Lua Nova, quando soube da notícia.

E sorri, porque sei que era o que querias.

Deitei-me no chão e fiquei longos minutos a observar o firmamento.

Durante aquele tempo estrelas sumiram e outras apareceram num ciclo que se repete até ao infinito. Todas elas voavam em torno de um minúsculo foco de luz, que nos orienta e nos mostra o caminho quando estamos sós.

Por um breve instante, pareceu-me ver que todas as estrelas se juntavam num enorme sorriso que, partilhado com o meu, me deu um enorme aconchego. Naquele momento, sentimo-nos livres. Livres das amarras que nos prendem a este Mundo. E neste instante, as estrelas abriram os seus longos braços e, no brilho dos teus olhos, dancei.

Agora sei que não partiste, apenas foste dar uma volta e, em todas as próximas noites de Lua Nova, sempre que olhar o céu, vou ver o teu sorriso e as minhas forças irão redobrar, para continuar a galgar este obstáculo chamado VIDA, sempre com um sorriso nos lábios, pois foi esta a lição que me ensinaste, aliás que a todos ensinaste.

Lúcia, todos nós que privámos contigo, não te recordamos só com saudade, mas com uma imensa ALEGRIA, porque é o que tu és e o que partilhaste com todos nós.

Tu não partiste amiga, ficaste dentro de nós!

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Mário, não sei comentar. Só sei que é um texto muito lindo.

Um beijo.