segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Sim, o que é isso?



















5 comentários:

Anónimo disse...

PORTO, 2007.08.27

Ao MM,

Tenho reparado que o teu blog às vezes está parado uns dias a mais. E os teus trabalhos são
giros.

Nunca fui muito forte em bonecos animados, apesar de nos porem a pensar. É isso aí, não tendo muito a ver com o post, vou mandar-te ai uns assuntos que gostava que te pusesses neles. O que é que achas?
Diz qualquer coisa.

Aí vão:

A) - FIGURAS DA PRIIMEIRA REPUBLICA

AFONSO COSTA

«É opinião minha que, se o País está moralmente em baixo, é por causa da monarquia e do Trono...»

Março de 1980

1 - Foi, no seu tempo, o mais amado e simultaneamente o mais odiado dos políticos republicanos. Afonso Costa pertence àquela pequena galeria de homens, que passaram `a História envoltos por lendas. Ora idealista e patriota. Ora ambicioso e sem escrúpulos. Ora democrata. Ora ditador. Chegou dele a dizer-se que batia na mãe.. .

2 - Nasceu «fraco, com escrófulas e achacado» a 6 de Março de 1871. A sobrevivência seria a primeira grande luta ganha por Afonso Costa, que veio ao mundo na freguesia rural de S. Tiago, a três quilómetros da Vila de Seia, junto à serra da Estrela.

3 - Professor Catedrático de Direito advogado de sucesso, era, contudo no campo da política, que se sentia como peixe na água. Era um homem de acção e de dinamismo exacerbado. Que gostava de grandes lutas De «aperto de mão forte» e «presença segura». Sabia definir uma estratégia, planificar uma táctica e distinguir os objectivos imediatos e de longo prazo. Tinha habilidade para intriga, para manipular nos bastidores da política, para dissimular, insinuar e mentir quando necessário. «Pazes política» eram com ele.

4 - Formara-se numa cultura académica profundamente influenciada pelo Positivismo de Augusto Conte, cuja doutrina inspirava um entendimento linear da História da Humanidade, onde a nova ciência social se poria ao serviço do colectivo. Numa altura eme m que a «questão social» tomava conta do pensamento europeu., Afonso Costa, profundamente influenciado pela cultura francesa, viu na República um instrumento de mudança social. Dizia ele: «Se há um facto característico no começo do século XX é a ascensão das classes trabalhadores à vida política.

5 - Durante o período de oposição à monarquia, Afonso Costa só acidentalmente se referia ao socialismo. Apresentar-se-ia, fundamentalmente, como o defensor de um regime, a República, que para ele era o único capaz de assegurar as liberdades fundamentais, o poder civil, acima de qualquer outro, a democracia (O sufrágio universal), a moralização da administração pública, o interesse nacional face às grandes potências e a justiça social.

6 Afonso Costa ambicionou para a família o que o mais acabado burguês lisboeta poderia aspirar. Um pequeno mundo organizado, hierarquizado e próspero, afectuoso, tranquilo e orgulhoso. Mas, foi afastado do País, silenciado pela ditadura despede-se da vida quase em silêncio.

Teria sido um bom político?

Não há bons políticos.


CAMARADA M.M.,

Este texto sobre Afonso Costas faz-te sentido.

Eu coloco-te esta questão, porque penso que os políticos estão mal vistos, muito mal mesmo, inclusivamente nos dias que correm.
Aprendi isso na “QUEDA DE UM ANJO” do Camilo. Será que é mesmo assim?



B) O SAUDOSISMO DE LEONARDO COIMBRA E TEIXEIRA DE PASCOAES


O Saudosismo, no sentido estrito, é uma atitude perante a vida que, segundo Pascoaes e muitos outros, constitui feição típica da literatura portuguesa, tanto culta como popular, logo traço definidor da «alma nacional».

Essa atitude interpretou-a o autor de Marânus atribuindo à saudade amplas dimensões e profundo significado, arvorando-a mesmo em princípio enformador dum ressurgimento pátrio. A atmosfera mental portuguesa estava então impregnada do idealismo e do nacionalista tradicionalista que se haviam desenhado na última década do séc. XIX e de que Alberto Oliveira fora um primeiro doutrinador.

Segundo Joel Serrão, a ideação de Sampaio Bruno exposta em O Encoberto (1904), em que se debruça sobre a decadência dos povos peninsulares, «exerceu influência decisiva, conquanto difusa (como é timbre do esoterismo) nas ideias-forças da 'Renascença Portuguesa' (1912) e constituiu, possivelmente, um dos impulsos iniciais do saudosismo». A «Renascença Portuguesa» congregou muitos espíritos animados do desejo de, agindo no plano da cultura, promover a reconstrução do país, minado pelas dissenções políticas que a instituição da República não viera sanar


Teixeira de Pascoaes em Versos Pobres.


Que saudades eu sinto desta flor,
Que vai murchar!
E desta gota de água e de esplendor,
Um pequenino mundo que é só mar.
E desta imagem que por mim passou
Misteriosamente.
E desta folha pálida e tremente
Que tombou...
Da voz do vento que me deixa mudo,
E deste meu espanto de criança.
Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo
É feito de lembrança...


COMENTÁRIO

A saudade, essa palavra bem portuguesa, aqui tão bem expressa nestes versos de Joaquim Pascoaes..

Viver em poesia, por obra e graça da Imaginação, é também viver saudosamente. Misto de lembrança e aspiração, logo simultaneamente virada para o passado e para o futuro, a saudade permite ora evocar com doce melancolia, ora reviver jubilosamente a infância, recuperando a inocência perdida, diz JACINTO PRADO COELHO..

Poesia... espaço de prazer.


PERGUNTA A M.M

Concordas com a corrente do Saudosismo? Tens sensibilidade suficiente para deixar entrar o poema do Teixeira de Pascoaes. Ès capaz de fazer uma crítica ao meu comentário?

João Brito Sousa

António do Telhado disse...

Depois do comentário a cima fico sem vontade de escrever.

Abraço

Anónimo disse...

PORTO, 2007.08.27

Ao MM,

GOSTAVA QUE COMENTASSES ESTE TEXTO DO KUNDERA.

"A VANTAGEM DA FRIVOLIDADE.


O TEXTO QUE SE SEGUE, É de Milan Kundera, in "A Imortalidade"
e é SIMPLESMENTE FANTÁSTICO....


“O respeito que a tragédia inspira é muito mais perigoso do que a despreocupação de um chilrear de criança. Qual é a eterna condição das tragédias? A existência de ideias, cujo valor é considerado mais alto do que o da vida humana. E qual é a condição das guerras? A mesma coisa. Obrigam-te a morreres porque existe, dizem, alguma coisa que é superior à tua vida. A guerra só pode existir no mundo da tragédia; desde o começo da sua história, o homem apenas conheceu o mundo trágico e não é capaz de sair dele. A idade da tragédia só pode ser encerrada por uma revolta da frivolidade. As pessoas já só conhecem da Nona de Beethoven os quatro compassos do hino à alegria que acompanham a publicidade dos perfumes Bella. Isso não me escandaliza. A tragédia será banida do mundo como uma velha cabotina que, com a mão no peito, declama em voz áspera. A frivolidade é uma cura de emagrecimento radical. As coisas perderão noventa por cento do seu sentido e tornar-se-ão leves. Nessa atmosfera rarefeita, desaparecerá o fanatismo. A guerra passará a ser impossível. "

João Brito Sousa

Anónimo disse...

PORTO, 2007.08.27

Ao MM,

O texto é meu. O que é que achas?
Aí vai para comentares.

"RESISTÊNCIAS E MÁS VONTADES!...


Já tinha lido qualquer coisa em Raul Brandão, que as relações entre Lisboa e o Norte o País não eram as melhores, já desde 1911. Está nas memórias, capítulo “O QUE EU VI E OUVI”, pág 49....”Todos os dias corre notícia de contra-revolução. No Porto (15 de Março 1911) conspira-se: tem havido reuniões de oficiais e soldados. – Estamos prontos- dizem Querem separar Lisboa do Norte e fazer «daquilo uma barcelonada...»

E hoje ao deslocar-me à Biblioteca Almeida Garrett aqui no Porto, peguei numa obra do José Coelho dos Santos acerca do Palácio de Cristal e, na página 15 lá vem que (a propósito de uma viagem do rei D. Luís I à capital do Norte), “os objectivos da novel cidade do Porto era um conjunto de promessas aliciantes que, em 1865 estavam genericamente cumpridas, mesmo que para tal tivesse sido necessário lutar com enormes dificuldades e vencer inúmeras resistências e más vontades, tanto no Porto quanto no País, mas sobretudo provenientes da capital.”

E é isto a nossa cultura que resulta dos hábitos que pomos em prática com os nossos comportamentos.

Num certo sentido, fiquei satisfeito de saber isto porque julgava que essa suposta inimizade tinha a ver com o futebol. Mas pelos vistos a coisa vem de trás..

Desde que o programa da regionalização não foi aceite e essa posição não vingou, as pessoas aqui no Norte, no Porto nomeadamente, não aceitam esta condição de segundo plano. Mas isso é notório em quase toda a gente.

Aqui há dias fui tratar de um assunto particular aqui na Caixa de Previdência e no fim, mandei esta ao funcionário de serviço: então e o nosso clube? E ele, nós ganhamos no campo e esses mouros que não têm onde cair mortos... tal e tal...

Outra vez, foi no restaurante, à s 13 horas, decorria o tele jornal e o jornalista disse: o governo não tem dinheiro para disponibilizar para o Metro do Porto. E logo um velhote de oitenta anos, meu colega de mesa: ”pois, pois, se fosse para Lisboa já havia!...

A resposta foi automática e rápida querendo isto dizer que a revolta está bem enraizada neste povo. De tal modo é assim que ex ministros, deputados em Bruxelas, empresários de alto gabarito, professores universitários de nomeada e outras personalidades tidas como importantes por aqui, esforçam-se em comentários, na imprensa falada e escrita, reivindicando melhorias sociais.

Que ao que parece tardam em chegar.

Eu gosto do pessoal daqui. Claro que é preciso respeitar os seus valores, entre os quais se situa o clube de futebol cá da terra.

Procedendo- se assim... tudo bem."

João Brito Sousa

Anónimo disse...

Que é isso? Também pergunto eu. Passou à história e alguém foi responsável por isso.Através do Voz do Seven cheguei aqui e pararei mais vezes.um abraço