segunda-feira, 16 de junho de 2008
Uma Noite de Lufatu
O Sol vai descendo no horizonte, lânguido anunciando a noite que se aproxima. Deixa-se cair docemente até se afogar no Mar que o acolhe num imenso abraço. Aconchegando-o, leva-o para a Terra dos Sonhos.
O Sol deixa-se encantar pelos braços do Mar. Esquece que durante o dia, apesar de quente, foi frio e calculista: obrigou todos na Terra a correr de um lado para o outro, atarefados, perdidos, esfomeados, sedentos, hipócritas, vingativos, grotescos, animalescos.
O Sol naqueles breves instantes esquece o frenesim a que os obrigou, retirando-lhes a Humanidade, durante o dia.
Predadores e prisioneiros de si próprios, pensam serem únicos e absolutos, dominadores alguns. Estes sentem-se o centro do Mundo, os donos da vida e os criadores da morte; enquanto aqueles, a maioria, sente-se esmagada e oprimida, mas dominada e manipulada, perdeu a consciência, não reage. Nestes breves instantes o Sol implora, em vão, que a Noite lhe devolva um pouco de Humanidade. Sim, Humanidade, não a fabricou para os Homens, mas aquela que trás Paz, Amor, Tolerância...
Enquanto o Sol se afoga atormentado pelas suas reflexões, os primeiros raios de prata surgem no seu oposto. Sorridente espreita a Lua, pronta a partilhar a sua alegria e a mostrar que a vida tem outro lado, o da Harmonia, da Partilha e do Amor, muito diferente daquilo que o Sol, no seu esplendor ofuscante, hipnotizando-os, fez os Homens acreditar, que era a força que os esmagava, que os oprimia e recalcava, que devia ser seguida, no rumo dos obedientes, dos que aceitam as respostas que lhes dão porque custa muito levantar novas questões.
A Lua, provocadora, lança os seus raios de prata, que mostram só parte do caminho e obriga os Homens a ver em vez de olhar, a procurar em vez de aceitar.
No seio da Noite um grupo de amigos estava já à espera da Lua. Recusavam-se a aceitar a ditadura do Sol para viver a democracia da Lua.
As grades do Dia estão prestes a ceder. A Bruma ajuda à libertação.
Combinam-se estratégias...
Rompem as amarras, não sem luta, mas a Liberdade e o Amor estão já do outro lado.
Celebram a vitória. Agora sim, sentiam-se muito mais Humanos.
Correm para abraçar a sensação de serem livres e de viver.
Gozam os primeiros momentos da sensação de Amor e Liberdade. Brincam, riem... Sentem-se verdadeiramente Humanos.
Quando alguém perde ou se perde todos o ajudam a ganhar ou a encontra-se.
Satisfeitos, por partilharem a Amizade e o Amor que os une, saltam, brincam, olham-se nos olhos e sentem o prazer da Partilha.
Exaustos, mas felizes por terem ganho forças para sobreviver, mais uma vez, à mesquinhez do dia.
Há que regressar! O Sol começa a ameaçar, mas sentem-se agora mais fortes para enfrentar o Dia. Brindam!
Surgem as primeiras setas do Dia e o Sol regressa com a inevitabilidade da sua angústia. Mas em breve, narcísico, ofuscado com o seu esplendor, irá de novo exercer a sua força opressora da qual só voltará a arrepender-se no ocaso, para de novo regressar esmagador. Reflecte, mas não muda, porque a sua força, beleza e narcisismo impelem-no a ser dominador e intolerante. Mas agora, mais fortes, os Homens sabem que nada têm a temer, pois estão sempre a tempo de virar o rumo aos acontecimentos.
A Verdade venceu a Mentira!
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5 comentários:
Belo post! encantada com a partilha, deste momento mágico!
Abraço
maya
Hoje não pude deixar de responder!!!
Graaaaaaaaaaaaaande festa pá!
É giro ver os amigos rindo, noite fora, partilhando a vida, a alegria de estar juntos, pelo prazer que isso dá, pela alegria de criar uma história comum mais humana, mais ao nosso jeito, à nossa medida. Gostei de ver e sinto-me grato por teres partilhado esses momentos, essa vida comigo.
Um abraço amigo.
Sebastião
Lindo!
PELO QUE ME APERCEBI DEVE TER SIDO UMA GRANDE NOITE!!!!
PARABÉNS AO LUFATU!
MUITOS ABRAÇOS E BEIJINHOS.
PEDRO PL
Que te hei-de dizer? Que está excepcional e para fazeres mais e partilhares cá com os amigos. Gostei mesmo muito, as fotos estão excelentes, as palavras também.
Muito "fixe"
Milena
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