domingo, 7 de dezembro de 2008

O Dia Seguinte

De um amigo recebi um email elucidativo.

Embora não concorde totalmente com o que diz resolvi publicá-lo para lançar a discussão, não sem antes fazer uma nota prévia.

Não pense a ministra que nos desarma ou ilude, nós continuamos unidos e se os sindicatos não fizerem o que os Professores pretendem, a revisão do ECD e a suspensão deste modelo de avaliação da Dona Maria de Lurdes, no qual nem ela mesmo já acredita, os Professores saberão dar a resposta adequada, como já o fizeram no passado recente. Nós não contamos com os políticos, viu-se o comportamento repugnante de um significativo número de deputados que faltou à votação quando este assunto esteve recentemente em discussão na Assembleia da República. Os Professores contam somente consigo próprios e com a sua dignidade profissional.

Diz-se que o Natal é quando um homem quiser, mas eu dispenso os rebuçados, quando entro numa luta é para a levar até ao fim e não para cedências estratégicas. Acima de tudo a frontalidade. Olhar olhos nos olhos o inimigo e partir para a luta sem medo, convictos da razão que nos assiste. Recuso o jogo político-partidário. A minha luta, a luta dos Professores, é uma luta pela dignidade de uma profissão digna, não para jogos de bastidores levados a cabo pela casta político-partidária.

Deixem-se de tretas, os Professores nunca se deixarão instrumentalizar pela demagogia político-partidária, venha ela de onde vier, quando o que está em causa é a dignidade da sua profissão e o seu direito de, como cidadãos livres, exercerem a cidadania.

Nunca concordei com a ideia peregrina de greves regionais, compreendo os objectivos, que são tornar mais visível a luta dos Professores, pois em vez de se falar nesta causa um dia, fala-se em três. A luta dos Professores não é uma luta para os média, mas sim pela dignidade de uma profissão, por isso não podemos recuar, nem desperdiçar forças. A luta é para ir até ao fim, não para andarmos em aventuras de lana caprina, nem servir de folclore mediático

Deixo-vos aqui a posição do meu amigo Jorge S que, segundo espero, lance alguma polémica e discussão sobre este assunto.

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AFINAL TANTA COISA, ESTE MARMELO APANHA-SE NA ALTA RODA DOS JORNAIS E TELEVISÃO E RECUA. ENTÃO NÃO ERA PARA IR ATÉ AO FIM, DEMITIR A MINISTRA E NEGOCIAR A REVISÃO DO ECD COM TODOS OS PONTOS NOS IS? NUNCA MAIS FAÇO GREVE NA VIDA! SINTO-ME TRAÍDO, MANIPULADO, E ACABO POR DAR RAZÃO AOS TINHOSOS QUE VINHAM COMENTAR NO PÚBLICO, DIZENDO QUE OS PROFES ANDAVAM A REBOQUE DA CGTP. TANTA LUTA PARA NADA, SE CONSEGUIRMOS CHEGAR À REFORMA COM UM MÍNIMO DE LUCIDEZ E FORÇA NAS PERNAS VAI SER PARA IR VER JOGAR À SUECA NO JARDIM DE S. LÁZARO, AO CAFÉ DA ESQUINA PARA FICAR UMA TARDE INTEIRA A LER O JORNAL E A BEBER UM CARIOCA DE CEVADA, CRAVAR AOS FILHOS DINHEIRO PARA ÓCULOS, DENTADURAS POSTIÇAS E MEDICAMENTOS, E COM UM BOCADO DE SORTE IR UMA VEZ POR ANO, DE CAMIONETA, A SANTIAGO DE COMPOSTELA "À CUSTA" DO PRESIDENTE DA CÂMARA. PORCA MISÉRIA!

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a tua posição. Penso que a revolta interior do teu amigo, toldou-lhe a razão, deixando-o cair no desânimo e numa desconfortável apatia.
Realmente, neste momento, estamos sozinhos na nossa luta mas, não vamos cruzar os braços e deixar que façam de nós palhaços. Não, isso nunca!!!
O mesmo pensei quando ouvi a notícia sobre a ausência de vários deputados no dia em que ia ser votada a suspensão da nossa avaliação. E, agora pergunto, por que houve essa ausência, desses mesmos senhores que em tantos colóquios e entrevistas, demonstraram o seu desacordo, colocando-se sempre do nosso lado, criticando a política do Governo e a intransigência da ministra???
Politiquices... Afinal estão todos no mesmo saco!! Falam por puro protagonismo mas, quando chega a hora da verdade, escondem-se num buraco, o buraco da falsidade e do oportunismo.
De todos os Funcionários Públicos, pergunto como são avaliados , os Médicos, os Juízes, os das repartições públicas, os próprios funcionários dos diferentes ministérios! Será que alguém sabe responder??? Não, sobretudo os Médicos e Juízes que são seres quase intocáveis...
Mas nós,os tristes professorzecos,
tínhamos que ser o bode expiatório, dum Governo Capitalista e Ditatorial que se esqueceu do que significa a palavra DEMOCRACIA!!!
Por tudo isto, não baixemos os braços. Somos nós que estamos a ser julgados por um crime que nunca cometemos!!!... A LUTA é nossa por isso, a LUTA continua...

Anónimo disse...

Parece que não é só o Jorge S que está com a mesma sensação: http://wehavekaosinthegarden.blogspot.com/2008/12/o-pantano-dos-cisnes-ou-o-bailado-dos.html
Ferreira

república portuguesa disse...

2/3 dos profs vão chegar à idade de reforma a ganhar tanto como um sargento da gnr (1500 € líquidos). querem mais? toca a castigar putos prevaricadores como quem passa multas, levantar processos disciplinares como se fossem autos e deter os mal comportados em salas de castigo, aplicando-lhes sempre a pena mais pesada que a lei permite, e é se querem passar-se para o restante 1/3. ou então unam-se, de uma vez por todas. não se esqueçam que os sargentos da gnr só precisavam da 4ª classe e serviço militar cumprido para serem admitidos na corporação (como cantavam os outros gnr) e vocês, inocentes, tiveram de andar a marcar passo em liceus e faculdades para chegar onde chegaram. viva portugal, a mais as suas idiossincrasias!
rp