domingo, 28 de setembro de 2008

Magalhães ou Megafraude

De um amigo meu recebi um mais, cujo conteúdo já deve andar a circular pela net e que aqui também transcrevo para juntar a minha voz àqueles que já denunciaram a fraude do primeiro computador portátil português. Obrigado Pedro.

Eis o texto. Divulguem!

Nosso mesmo, até prova em contrário, é o COZIDO À PORTUGUESA!

Magalhães - mais um escandaloso golpe de propaganda

Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do "primeiro computador portátil português", o "Magalhães".

A RTP refere que é "um projecto português produzido em Portugal".

A SIC refere que "um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel" e que a "concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnológico."

Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.

As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o "Magalhães" é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente, existem alguns blogues atentos

Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.

Pelos vistos,
o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo. A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...

A Intel foi um dos parceiros até ver o seu concorrente AMD ser escolhido como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.

Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que já fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.

Tudo se justifica em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.
Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas.

Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.



Informem o povo!!

À posteriori recebi um mail onde era noticiado que a empresa que produz o Magalhães vai a tribunal.

5 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente. Alias li em vários sites que "o portátil era português, excepto o processador que era intel", ora que eu saiba em Portugal só se fabricam memórias (Qimonda - Vila do Conde),
de que marca serão, o disco, a mother-board, ecran, etc... , gostava de conhecer esses "produtos portugueses".

p.s. no texto há um erro de digitação, aonde está "AND" leia-se "AMD".

Anónimo disse...

Um puto duma Escola da Serra da Gralheira consegue navegar até à Amazónia?
Que se lixe então o BI do Magalhães.

Mário Monteiro disse...

Meu amigo, vê-se bem que estás ausente do país há muito tempo, o problema não é o BI do Magalhães, isso é um mal menor, o problema é o aproveitamento político, a pompa e circunstância com que o Governo tenta enganar os portugueses, um negócio desta dimensão foi realizado sem transparência nem concurso público, portanto pode estar subjacente uma mega fraude, uma negociata entre o Governo e o Grupo SONAE, o principal beneficiário deste mega negócio.

Claro que se aplaude a possibilidade de todas as crianças poderem ter acesso a um computador, mas há muito para lá do acesso:

Os professores do primeiro ciclo estão preparados para os utilizar devidamente nas aulas? Creio que a maioria deles o não estão e sei do que estou a falar, porque há uns 3 anos dei formação a alunos e professores do 1º Ciclo e, acredita, alguns sabiam menos do que os miúdos, alguns até tinham pânico de se sentar à frente de um PC.

E os pais? Será que a maioria dos pais está habilitada a verificar se os seus filhos fazem uma utilização correcta do computador para não correrem riscos, pois como sabes, as crianças são alvos fáceis dos predadores que andam na net.

Este Magalhães até tem um programa de controlo parental, mas quem vai ensinar os pais a programá-lo e a utilizá-lo.

Como vês os problemas são muitos, louva-se a iniciativa, mas condena-se o processo.

Aquele abraço,

Mário

Anónimo disse...

Não gostei dessa do "vê-se bem que estás ausente do país há muito tempo" (Até parece que para saber o que se passa nos EUA ou na Rússia eu tenho de lá ir) porque sabes que não é assim, todos os dias vou aí e leio não só o Correio da Manhã como o Público e "outras correntes", sabes Mário, e se aí estivesse fisicamente era capaz de não ler tanto. Como muitos que por aí andam e que só se preocupam na política do "bota abaixo" pelos seus interesses cagando-se para os do povo.
Não sei se tinha de ir a concurso e se tinha (tal como a velha história se o aborto ou a União Europeia devem ir a referendo ou não... cada um vê os seus interesses)e não foi deve haver uma oposição e um Parlamento para desmascarar e, para meu azar, ainda não li nada disso... só em mails, processo que há muito coloquei na gaveta das desconfianças (qualquer um pode divulgar o que lhe apetecer).
O mail preocupa-se em apregoar que não é português (o que tu depois desvalorizas) e fala num projecto Negroponte... quem é? Mem me dignei em procurar. Membro de um grupo concorrente da Sonae? Mesmo que tivesse ido a concurso garanto-te que ia aparecer mail a dizer que tinha sido concurso viciado e lá vinha mais uma aula de corrupção.
Ó Mário... os professores têm pânico ? Que me interessa? Reciclagem com eles ou demitam-se. Foi o que fizeram em toda a função pública. E os pais? Que alguém faça o trabalho deles, ora. Sei que até fariam se as horas extras forem pagas, mas um pouco de sacerdócio não ficaria mal.
Isto não invalida que concorde com o processo de não transparência se realmente não houve, mas o que a divulgação desse mail (também terceiro mundista, registe-se) cheira a interesses colados não tenhas tu dúvidas.
Abraço,

target="blank" disse...

Nicholas Negroponte é, como pode ver em http://pt.wikipedia.org/wiki/XO , quem esteve por detrás do famoso portátil de 100 dólares. O projecto previa a utilização de processadores AMD, e de um sistema operativo "open source" como o Linux. Este Magalhães vem com processador Intel e sistema operativo Microsoft. A venda do Classmate PC da Intel, cópia do XO de Negroponte e que que teve início em 2006, foi um "flop" a nível mundial.