Em 1926, uma coluna militar, saída de Braga e comandada por Gomes da Costa, marchou sobre Lisboa, derrubou o regime democrático da 1º República e instaurou em Portugal uma ditadura que viria a durar 48 anos.
O Povo ficou calado e indiferente à manobra militar. O Povo estava cansado de golpes e contra-golpes, de revoluções e contra-revoluções, de oportunismos e favoritismos, por isso não reagiu ao golpe de Estado. O Povo mergulhou na letargia, deixou-se envolver pelo obscurantismo, adormeceu.
Durante a longa noite de 48 anos, teve alguns momentos em que pareceu despertar (as campanhas de Norton de Matos e de Humberto Delgado), mas, num ápice, uma oposição que não era capaz de se unir por muito tempo em torno de um objectivo comum (o derrube da ditadura), criava objectivamente condições para que o Povo permanecesse dormente.
Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o Povo, finalmente, acordou e, de um golpe com fortes características corporativas na sua génese, fez uma autêntica revolução.
Durante cerca de dois anos, o Povo, que tinha acordado de longo pesadelo, pareceu despertar para o sonho. O sonho de construir uma nova realidade, um País diferente, onde todos poderíamos olharmo-nos olhos nos olhos e acreditar no Homem Novo, no Homem Livre.
Mas... de repente... o Povo adormeceu de novo.
Aqueles que sempre estiveram no poder, vestindo as mais variadas roupagens do mundo bi-polar que se vivia, não podiam admitir uma alternativa, uma terceira e autêntica via ao status quo mundial e, cedo, se encarregaram de domesticar as massas, criando-lhes a ilusão de liberdade e democracia para se perpetuarem no poder.
Hoje, estamos de novo adormecidos por uma ilusão de democracia que mais não é do que uma oligarquia onde prolifera o nepotismo.
Até quando?
Foi neste contexto histórico e social que surgiram algumas vozes alternativas, da qual Camilo Mortágua e outros companheiros são exemplos vivos. Pessoas que não se conformaram, que tantas e tantas vezes puseram de parte a sua vida pessoal para lutarem pelo valor mais nobre a que um homem pode aspirar: a LIBERDADE.
O caminho não é fácil, está mesmo cheio de ratoeiras, mas a liberdade não se dá, conquista-se. A liberdade não se impõe, busca-se.
A liberdade começa em nós próprios, não como seres egoístas, mas sim como seres solidários e altruístas.
A Liberdade conquista-se localmente e depois, pelo exemplo, vai-se alargando, sem desânimo nem ânsia, mas com paciência e determinação.
No livro Andanças para a Liberdade, Camilo Mortágua mostra-nos, pelo seu exemplo e pelas suas vivências, que há muito caminho a percorrer, mas que nunca, mas mesmo nunca, podemos deixar de acreditar na liberdade e combater por ela.
Quanto maior for a liberdade dos outros, maior será a nossa liberdade!
No próximo dia 28 de Maio de 2009, pelas 18h 30m, será lançado, na Cooperativa Árvore, Porto, o Volume I do livro de Camilo Mortágua, "Andanças para a Liberdade", editado pela Esfera do Caos.
Intervenções a cargo de: Guilherme Monteiro, Elisabete Neves, Jorge Velhote e Camilo Mortágua.
TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM!
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