terça-feira, 16 de junho de 2009
Perguntas
É tão difícil perceber e perceber-me.
Porque será que tenho um cérebro, se esse cérebro não me serve para nada?
Porque será que quando tento dizer uma coisa, é sempre entendido o oposto?
Porque será que me sinto constantemente a ser julgado e condenado por pecados que não cometi, ou que imagino não ter cometido?
Quem é que eu sou?
Serei assim tão abominável? Tão incapaz? Tão grunho? Tão sem interesse? Serei uma pessoa tão inútil? Tão sem graça?
Porque é que eu não me entendo? Porque não sei lidar com a vida? Porque não sei lidar comigo?
Porque é que a vida, para mim, é tão pesada?
Porque é que amar é tão complicado?
Porque será que tenho de pensar no amanhã, quando a felicidade está no hoje?
Não posso viver o hoje sem pensar no amanhã?
Porque amamos quem não queremos e não amamos quem merece?
Onde está a minha alma gémea?
Tantas perguntas, tão poucas respostas.
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10 comentários:
Outra vez, meu amigo!
Tanta pergunta!
-O teu cérebro não serve para nada! Pensas, executas, queres e crias...vês, como serve.
-Pensas que entendem sempre o oposto!
Será que é sempre assim? Ou será uma ilusão dessa cabeça tonta?
-Julgado por pecados! Que pecados? Todos cometemos pecados, faz parte do ser Humano. Se somos julgados, também temos que julgar os dos outros. Não penses nisso, não ouças o que os outros dizem.
-Quem és tu!!!!
"Ser abominável, Grunho, Sem interesse"!!!!... Tanto disparate!!
Para mim, e pelo que conheço de ti, és um ser adorável,útil e, como dizes "és uma pessoa apaixonada, amante da liberdade e autêntico". Acrescento ainda, sensível, carinhoso e afectuoso... A tua beleza interior é linda! Só quem não te percebe é que a não vê.
-Não te entendes! Não sabes lidar com o peso da vida e contigo!
Outra vez, Mário! Outra vez coberto dos fantasmas que tu crias! Onde está, "Quero é Viver"?
-Amar é complicado! Não, amar é bom. Amar, sabe bem. Não compliques uma coisa que é tão fácil, AMAR... Deixa-te levar e descomplica, o que te parece complicado. Tens tanta capacidade para amar e ser amado!
-Ninguém pode viver sem pensar no amanhã. Faz parte da nossa vivência. A felicidade que sentes hoje, sentirás no amanhã. Nunca te esqueças que a vida tem altos e baixos e, esses são os desafios, que nos mantêm vivos.
-Amar quem não queremos e não amar quem merece!!! Não se ama quem não se quer. Quando não queremos, o amor esvaiu-se. Não ames quem não te quer. Desprende-te dessa ideia macabra. Agora, quem merece ser amado é porque nos quer, é porque nos ama, vai atrás desse amor. Não o percas...
-A tua alma Gémea! Não a vês? Não a consegues encontrar? Talvez já te tenhas cruzado com ela, só que não a quiseste ver porque continuas cego e preso a tanta coisa que te faz mal, que te tolda a visão e os sentidos...
Tanta coisa gostaria de te dizer, para te ajudar, para te confortar...
Vive, Mário. Olha em frente. A Felicidade espera por ti. Não lhe vires as costas.
Um beijo e um grande abraço da tua amiga que ficou preocupada e triste com o que escreveste.
Belíssimo comentário!
Ninguém merece que te destruas.
vidjeeeeeeeeeeeeeeee
quando eu penso que meio mal, vejo que tem gente pior! isso me alegra ;D
melhoras aew =D
Mais uma coisa:
Não acredito em almas gémeas. Mas há almas irmãs... Não valerão a pena?
Ó moço, desabafa porque te faz bem!
Não me vou pôr com conselhos ou com respostas às tuas perguntas, porque tu sabes muito bem como responder a cada uma delas!
Tu sabes melhor que ninguém o que queres, quem és, como te sentes, onde deves procurar, onde encontrarás,...
Apenas te digo que a cada dia deves procurar motivos para sorrir (e eu sei que tens tantos!).
Beijinho
Pois é, Mário, as perguntas que te fazes todos as fizemos já tantas vezes, mesmo se poucos temos a coragem ou a honestidade, ou ambas as coisas, para as gritar em público, ou as publicar num blogue, o que vem a ser a mesma coisa, e optamos por nos enfrentarmos à tristeza e à solidão armados com a escova dos dentes, enquanto temos pena da nossa própria tristeza ao vermos a nossa imagem patética no espelho corroído do quarto de banho...
Ufff... acho que já desci tantas vezes esses mesmos degraus, que pura e simplesmente me cansei. Não quero dizer que não me sinta muitas vezes como tu, mas o tempo passa, e o mundo gira, e a partir dos quarenta a vida fica realmente mais curta...
E como se não bastasse, agora tenho os putos, que tu já tens bem crescidos, e que eu tenho no início da vida (e muitas vezes me pergunto, e agora, e porquê, e o que faço com estes quarenta e oito anos e esta vontade reprimida de continuar o meu caminho...), e a companheira, com quem os instantes de ternura e de carinho, vão parecendo sempre cada vez mais raros e cada vez mais curtos, e por isso procuro encontrar outras fórmulas, outras não-respostas para tantas não-perguntas, e substituir as palavras que me pesam falando de amizade, do companheirismo, da vida em comum, somos uma família, os miúdos primeiro, enfim, sei que já sabes como é, e como acaba.
E a nossa vida parece-nos sempre cada vez mais melancólica e triste, e nem o que somos ou aquilo que fazemos nos traz grande satisfação.
O meu ego necessita de uma cura termal ou outra, para recuperar a alegria, a confiança e a vontade de continuar a querer viver mais, de não parar. Ou de uma catarsis.
Mas agora não há tempo, nunca há tempo.
Enfim, lembro-me de quando tomava um café contigo entre a faculdade de letras e o gabinete onde passavas à máquina os textos em braille, ou de beber um copo pelos locais do Porto numa sexta-feira qualquer, depois de fecharem a última hora do totobola.
Lembro-me de ti com os teus miúdos e a tua mulher no campismo, e de que tinhas uns filhos muito bonitos, e eras um tipo generoso e bom, e que já nessa altura havia em ti essa inquietação...
Para mim eras alguém que não era como os outros, se calhar porque já eras mais velho, e tinhas feito outras coisas na vida para além de passear a sacola dos livros entre o café e a faculdade. E quando os meus caminhos finalmente se perderam dos outros, acabei por te guardar nas gavetas da memória como aquele tipo de quem pensei alguma vez que algum dia gostaria de ser um pouco assim...
E quando depois de tantos anos te encontrei na Web, na escola, e na blogosfera, voltei a encontrar-me com o Mário que conhecia, generoso, activo, apaixonado, aquele gajo a quem agora se calhar até me pareço em algumas coisas mas com quem me gostaria de parecer em outras, e sempre com essa inquietação...
Não te escrevi porque sou um mau correspondente, e mais ainda porque depois de tantos anos à deriva dei-me conta de que as pessoas e os amigos, de agora ou de antes, sempre foram mais importantes para mim do que eu para eles, e de que a teia nos oferece sempre esta estranha possibilidade de poder saber dos outros sem que seja necessário acabar frente a frente de mãos nos bolsos a dizer pois... olha... hmmm, prazer em ver-te pá, ou sem que tenhamos a sensação obrigada de ter que responder a um mail, ou de nos expormos a viver com a culpa de não o termos feito.
Enfim, que a conversa não vai longa mas já começo a demorar os olhos nas palavras, o que é sempre um bom momento para acabar.
E olha, o Zé Mário ainda me comove, porque por muito fodido que seja de aceitar, um homem sempre chora: cá dentro inquietação, inquetação, é só inquietação, inquietação, porquê não sei, porquê não sei, porquê não sei ainda...
E faz-me sempre bem.
Manel, nem sabes o prazer que me deu ler o teu comentário e, sabes, não é verdade isso que dizes de sentir que os amigos sempre foram mais importantes para ti do que tu para eles.
Há muitos anos que não te vejo, desde que foste para Inglaterra, mas sempre que encontro alguém da tua família, ou através das minhas sobrinhas, pergunto por ti, porque de facto tu foste, e continuas a ser, um amigo.
É a minha vida mudou muito, tenho agora mais uma filha de nove anos e mais uma vida esfrangalhada, mas cá vou sobrevivendo e, como dizes muito bem, sempre com a inquietação dentro de mim.
Se regressaste ao torrãozinho natal talvez possamos um dia destes voltarmos a encontrar num qualquer cantinho desta nossa, tão nossa, misteriosa cidade, onde a nossa rudeza se confunde com a rudeza das pedras, que estão ali só à espera que alguém olhe para elas e consiga ver o mundo maravilhoso que está escondido atrás daquela rudeza.
A nossa diferença de idades não é tão grande quanto imaginas, apenas eu casei muito cedo e quando recomecei os estudos já tinha dois filhos.
Manel, envio-te uma grande abraço de satisfação e de comoção por reencontrar um amigo de longas conversas que tínhamos por aí sem começo nem fim. Talvez um destes dias possamos dar continuidade a essas conversas.
Olha Manel o comentário que está aí acima, assinado Elisabete, é da minha primeira mulher que tu conheceste, somos bons amigos e é assim que deve ser. Lê os blogs dela que são muito bons, escreve muito bem.
Abraço sentido e obrigado por teres reaparecido meu amigo
Pois é Mário, Ainda não regressei – de vez, diga-se – ao torrão, que cada vez me parece mais seco e mais amargo... mas ainda tenho vontade de voltar.
Depois de umas quantas voltas (Inglaterra, Argentina, Espanha...) acabei na Galiza, aqui ao lado, com a última companheira, que é a mãe dos meus dois filhos, cavalgando a linha das fronteiras, como diz a canção dos Trovante.
Vivo numa terra a dois passos de Compostela, mas a Marta tinha um apartamento velhinho em Gaia, que temos vindo a reformar, e onde de vez em quando passamos umas temporadas.
Trabalho como tradutor freelance há uns doze anos, em casa (e agora graças ao progresso também na rua, no café, na praia, nas férias...). Devo ir para o Porto em Julho, passar umas semanas – estávamos a pensar ir ao festival de Tondela com os miúdos... dou-te um toque quando estiver por Gaia?
Da Elizabete conheço o blogue dos Açores, de que desfruto muito.
Manel, manda-me o teu email, na imagem de título do blog tem um email, podes mandar para esse, eu depois digo-te qual é o meu email pessoal
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