Assim é o amor, uma partilha, consciente ou inconsciente, entre dois seres. Partilha essa que é desinteressada, focada no outro e que se estabelece sem nenhuma regra pré-concebida.
O amor acontece, não se faz, mas alimenta-se. Uma relação a dois está sujeita a um terrível desgaste, quer seja causado pelo dia-a-dia dos próprios amantes, quer seja pela acção consciente ou inconsciente de terceiros, ou até porque o casal deixa, sem ter consciência disso, que os filhos (caso existam) ocupem um lugar entre ambos. Este factores podem influenciar a relação isoladamente ou interagir em simultâneo.
Quero dizer que o amor é delicado e está sujeito a muitas pressões. A vida entre dois amantes é uma luta constante entre manter a chama acesa e a luta contra a rotina e a monotonia. Nem sempre esta luta é fácil e na maioria dos casos as situações de rutura surgem sem que nenhum dos dois tenha sequer tido consciência das causas dessa ruptura.
Quando se atinge o limite só há uma coisa a fazer: verificar se ainda há amor entre ambos e, se há, então ambos têm a obrigação de procurar uma solução em vez de partirem para acusações mútuas que só agravam a situação e que mais tarde podem ter consequências desastrosas. Mas se não existe mais amor por parte de um ou de ambos, então mais vale por ponto final numa vida amargurada e de recriminações, sejam elas mútuas ou unilaterais.
Quando a falta de amor é unilateral a sittuação é mais complicada, porque o lado que ama não sabe como lidar com ela. Neste caso e para preservar a sua sanidade mental, só resta ao que ama transformar o seu sentimento no oposto, pois de outra forma afunda-se na vida.
No entanto há que combater o desânimo, pois é nas situações mais graves que se devem encontrar os novos rumos.
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